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09/10/07

Paris antiga e Quartier Latin

Ai se eu soubesse ler francês decentemente!... ia ser o caminho para a bancarrota. Aqueles expositores ao longo do Sena, na rive gauche, e a cabeça quase perdida. Literatura - colecções antigas -, e pintura apelando a Montmartre e aos pintores holandeses do impressionismo. Nem tudo ficou perdido, não se leu em francês, de pinturas não comprei nada, mas, experimentou-se cuisine française.

15/07/07

Nem tudo o que parece, é.

Antes de zarpar para o outro rectângulo transversal, lá no sul, lembrei-me deste filme rodado na costa mediterrênica francesa. De comum nem o mar têm, nem os turistas que aí se apresentam. Apenas a época estival, o azul da piscina e o elástico do fato de banho. As ilações estão à disposição. It´s crime time.
Para rever, portanto.

Adenda: por falar nesse rectangulozinho, que é a região do Algarve, cada vez mais se assemelha a um cartaz de publicidade onde o que reluz são apenas as bordas, como aqueles anúncios de néon cor-de-rosa, verde-shock ou amarelo ranhoca. Tudo o que está no interior do rectângulo é ignorado, ninguém olha para o que lá está. Ao ser atravessado de carro faz parecer um mergulho feito entre duas bolsas de ar. Parece completamente abandonado, no entanto é Algarve, também.
Li, no outro dia, uma crónica de má ventura que falava desse interior algarvio desértico, da serra de Monchique, onde nem as actividades dos antigos, que se tornaram tradições e meios de sobrevivência, são deixadas em paz pela ASAE. Tratava-se da fiscalização do fabrico das aguardentes de medronho das serras algarvias, ainda levado a cabo pelos velhotes nas suas intrínsecas e imensas sabedoria e paciência. Contou-se que um desses idosos, após o veículo da ASAE ter abandonado o monte, pegou numa corda e deitou-a ao pescoço. Morreu.
É triste.
Do Algarve, este ano, só levo o sabor da água quente, das falésias e do queijo de figo.

12/07/07

O Pintor de Batalhas

Tenho reservado para estas férias a continuação da leitura do último livro de Arturo Pérez-Reverte - com foto aqui ao lado -, cujo conteúdo considero, pelas 3 ou 4 páginas que li e pelos resumos, cativante, melancólico, mas promissor de um excelente enredo que nos coloca a matutar sobre a guerra e a maneira como ela entra em nós e nós entramos nela. Outros há, para além de mim, que dela não se conseguem afastar, sejam profissionais das armas bélicas, ou não, como é o caso deste pintor outrora fotógrafo de guerra que não conseguiu, durante uma vida inteira, fazer a fotografia que melhor a representasse..., a ela, à guerra.
Dê-se a devida atenção às primeiras linhas:
«Deu cento e cinquenta braçadas mar adentro e outras tantas de regresso, como todas as manhãs, até sentir sob os pés os calhaus rolados da margem. Secou-se, utilizando a toalha que estava pendurada no tronco de uma árvore trazida pelo mar, vestiu a camisa e as sapatilhas e subiu pela vereda estreita que ligava a enseada à torre de vigia. Aí fez um café e começou a trabalhar, juntando azuis e cinzentos para definir a atmosfera adequada. Durante a noite - cada vez dormia menos e o sono era um dormitar insconstante - tinha decidido que precisaria de tons frios para delimitar a linha melancólica do horizonte, onde uma claridade velada destacava as silhuetas dos guerreiros que caminhavam à beira-mar.»
Como já o fiz saber noutra entrada, concebo Pérez-Reverte como um romancista de contos com predominância na história. Numa entrevista o mesmo caracteriza-se da seguite forma:
"Eu não sou escritor, sou novelista. Conto histórias, tenho vários objectivos: o de entreter as pessoas, o de me entreter a mim, o de recriar o meu mundo, o de render homenagem às minhas coisas. Há uma panóplia de motivos. O novelista é alguém que tem um projecto de vida, é como se tivesse uma casa que vai mobilando. Eu suponho que no meu caso é como se reescrevesse todos os livros que já li, reunindo a vida qu fui vivendo. Quem muito anda e muito lê muito sabe, disse Cervantes, e eu quis ser leitor desde miúdo, li muitíssimo, e viajei constantemente. O livro é o lugar onde podes encaixar as coisas que estás a viver. Sem os livros não há contexto. Os livros ajudaram-me a clarificar a minha vida, o que faço é reescrevê-los. Reescrever desde Homero a Virgílio, a Conrad, a Dostoievski. Eu escrevo porque escrevo num mundo de livros, de recordações, de imaginação, ajusto contas com a memória. Estou num mundo e nele sou muito feliz, e que me permite aguentar toda a merda, a detestável realidade que há."

24/04/07

exit


Um filho de Deus, ou do Diabo, também tem direito a uns diazitos de boa vida!
A chuva! Qual chuva?
Coração ao alto, a família como companhia, uns bons livros debaixo do braço, e é tudo quanto preciso, por agora.

11/04/07

(1) Centro de Arte Reina Sofia (em Dezembro 06)
(2) Museu Prado (idem)
Devia ter mudado de ares nesta Páscoa. Devia ter saído para longe dos sítios habituais, das paisagens conhecidas, dos ambientes familiares, do futebol do costume, das manchetes previsíveis, dos 3 canais de sempre, das amêndoas de chocolate, da família que dizemos não ver desde o natal...
Ano após ano, sempre as mesmas coisas, as mesmas recordações, a laranjeira que está maior, a cadela que pariu 6 cachorros, pareces um pouco mais gordo; que pneus são aqueles que trazes no carro?... Das estradas que já conhecemos de olhos fechados...
Enfim, mudar, desempoeirar, tirar o mofo!

04/02/07

Florença, Um Caso Delicado


Li este livro após a minha primeira viagem a Itália. Insere-se na colecção editada pela Asa "O Escritor e a Cidade" e versa, obviamente, sobre a relação que vários escritores famosos ingleses tiveram no último século e meio com a cidade toscana de Florença.

Da leitura sobressai sobretudo, a ideia que já tinha acerca dos viajantes e exploradores britânicos, que à conta de um império que alcançava os 4 cantos da terra se moviam sem dificuldades, mostrando ou desvendando ao mundo outros mundos e outras culturas até então inacessíveis e desconhecidas, como foi o caso da Índia (para mim, o exemplo mais fulgurante).
Desses viajantes, muitos da área das letras, procuraram nos locais mais vestustos e eruditos, acercados de bastiões do património artístico, arquitectónico e paisagístico mundial, a divina inspiração que muitas vezes na ilha natal, fria e húmida, não conseguiam encontrar.

Estes últimos viajantes, aos quais este livro de David Leavitt dedica especial atenção (a Lord Byron, E. M. Forster, Henry James, etc...), renderam-se ao sedutor ambiente que combina a simplicidade e simpatia dos indígenas com a beleza das paisagens, sejam elas naturais ou urbanas. (De repente lembrei-me do Algarve dos anos 60 e 70...).

Florença, sendo uma cidade pequena e pouco cosmopolita, é um exemplo perfeito desta paixão e fascínio que tantos ingleses atraiu, ao ponto de reunir na região alguns milhares (onde se incluem americanos), que com muita vontade e voluntarismo se tornaram proprietários de inumeras "Villa´s" em torno da velha cidade, ao longo de décadas, até Mussolini lhes confiscar as propriedades...
Bom, mas isto são contas de outro "rosário", dos tantos que o livro aborda e relata em deliciosas histórias acerca dos ícones culturais da cidade (e do mundo), como a escultura de David - de Miguel Ângelo -, da Piazza Vecchia e do seu Palazzo - um dos mais belos edifícios italianos, para mim; do museu das Ufizzi, da inquisição e as vítimas que aí executou, do destino das obras universais de artistas renascentistas florentinos durante a ocupação alemã na WW II, da subsequente recuperação da cidade por parte dos aliados, das cheias do rio Arno em finais da década de 60 do século passado e do movimento desencadeado para colocar a salvo as obras-prima expostas nos pisos inferiores dos museus, etc...

É um livro extremamente interessante, que me ajudou a reconstituir o bom que vi da cidade, mas acima de tudo, a planear uma nova viagem, quiçá num futuro próximo?! 
Recordemos: esta foi a cidade iniciática do Renascimento e tem, numa área tão pequena, 5% do património mundial classificado pela UNESCO. Espantoso, no mínimo.

28/12/06

Musei di Vaticano - Sala de Raffaello

Sala de Rafael - Museu do Vaticano
Um bom 2007.

13/12/06

Novembro em Veneza

Tadzio não estava lá!
Não estaria, com certeza. Mas como se refere no livro, perante a fachada do Hotel des Bains e as praias defronte, consegue-se recriar mentalmente todo o ambiente de “A Morte em Veneza” de Thomas Mann, com um absorto Aschenbach numa cadeira de praia, contemplando Tadzio, o belo jovem polaco, a correr no mar do Lido.
Isto a propósito do livro “Os Dias de Veneza” de Eduardo Pitta, cujo título me seduziu logo à partida, ou não tivessem passado somente 3 semanas após a minha viagem a Veneza.

Li-o, e adorei, confesso. Mais adoraria se tivesse passado por todos os locais de Veneza referidos e visitados por Eduardo Pitta. A colecção de Peggy Guggenheim e o Museu Correr – o “Louvre do sítio", são dois bons exemplos.
Ao contrário do escritor, não senti Veneza à noite - sobretudo a Praça de São Marcos como tanta vez se repete por aí - e todas as reverberações que esta possa reflectir, sejam sons de um violino ou de uma qualquer “toccata” (posso acrescentar que nesse aspecto, enchi a barriga com a voz límpida de uma soprano, entre as fachadas nuas das Uffizi em Florença). Não observei, na penumbra, o recorte dos pináculos das cúpulas da Basílica de São Marcos, nem o volume do Palácio dos Doges que decerto preserva no escuro a brancura calcária sob o efeito do luar. Ficam para segundas núpcias...
Restou-me por isso, em 8 ou 9 horas de correria, observar à luz do dia, a rigidez arquitectónica da Praça, a disciplina das linhas do barroco das fachadas numa mescla com o bizantino oriental da catedral e a colossal torre/campanário. De seguida, num vaporetto, atravessei para o outro lado do grande canal, e perdi sob a amplitude da fachada o ângulo de visão das enormes cúpulas da Basílica de Santa Maria Della Salute, à medida que ia entrando no círculo interior coberto de frescos, iluminados pela luz que penetrava pela cúpula. À saída, voltei às águas (sem acqua alta), e noutro vaporetto, naquele largo e grande canal, por entre alçados seculares de palazzos e hotéis, cumpri o caminho dos peregrinos via ponte Dell´accademia até ao mármore em arco da ponte Rialto. Esse, para mim, foi o ponto final das viagens fluviais venezianas. Saltei para a margem à direita, comprei um gelado e atravessei a Rialto. A aventura a pé tinha começado, a terra firme do labirinto entre canais esperava-me. Piazzas, becos, pontes, igrejas, muitos com aspecto degradado de um sujo poeirento.
A canseira das centenas de metros percorridos ia vencendo, e descansar era a solução apesar do enorme entusiasmo.
A meio da tarde, de fatia de pizza na mão rigorosamente seleccionada, numa praça dominada por mais uma bela torre de igreja, cujo nome não lembro, pombos vinham comer à mão e uma violinista tocava deliciosamente à frente, de mala aberta no chão, com algumas moedas espalhadas dentro. Mais adiante, outros artistas de rua exibiam as habilidades. O que mais se notabilizava, tocava, num tabuleiro de copos com água, uma magnífica valsa, cujas irrepreensíveis notas se iam soltando do vidro.
Um pouco mais tarde, entrei numa loja (negozi), e reparei num cartaz a indicar que naquele local tinha sido filmada uma cena de “Summertime”, de David Lean, com Katharine Hepburn, captando uma perspectiva que faz jus ao dramático cenário veneziano de uma ponte sobre um canaleto, com a linha de água ladeada de muretes de tijolo, reflectindo a cor acobreada do sol e os edifícios esbatidos.
Tudo isto num fim de tarde.
Tive sorte. Estava um lindo dia para Novembro. Em Veneza quase que bastam uns raios de sol para o dia ficar perfeito. Imagine-se então, um longo e radiante dia de princípio de Inverno; não se pode pedir mais.

12/12/06

Museu/galeria Uffizi - Florença :
Primavera-Botticelli; Nascimento de Vénus-Botticelli; Vénus de Urbino-Tiziano

04/12/06

Memórias de Florença

Na cidade de Florença é sempre recomendada a visita às Uffizi – umas das mais extraordinárias galerias/museu do mundo. Quem entra na Piazza della Signoria, deixando nas costas a Catedral de Florença, sente-se dominado pela magnitude do Palazzo Vechio - acastanhado pela pedra à vista - e pela imponente torre ao centro da fachada. Ao sair da praça, na direcção do rio Arno, passamos entre La Loggia e a esquina do Palazzo, e entramos nas Uffizi - um edifício de Vasari, em U com 3 pisos. Caminhando ao longo deste, no piso térreo, chegamos a uma varanda na margem do Arno com vista sobre a Ponte Vecchio, à direita.
O filme de James Ivory, “Um quarto com vista” baseado no livro de E.M. Forster, ilustra muito bem este enquadramento urbano, incluindo também referências aos patos-bravos de guia na mão e pescoço levantado, que durante as poucas horas entre Veneza e Roma, são desempacotados em "Firenze" à procura do "essencial" florentino. Ou então, voltando aos filmes: “Paixão em Florença” de Philip Haas – “Up at the Villa”, baseado na obra de William Somerset Maugham.

A pouco mais de 300m do Palazzo, recomenda-se também a praça de Santa Croce, iniciática de todo o processo do renascimento, e também a basílica com o mesmo nome onde no magnífico interior se encontram sepultados: Miguel Ângelo, Dante, Galileu, Maquiavel, Rossini, entre outros ilustres florentinos. Nada mais, nada menos...
Florença é assim, ao contrário de Roma. Com algum ânimo (que não deve faltar, e alguma forma física) num raio de 3 kilómetros, percorremos, por entre os demais turistas (baixinhos e de olhos em bico..., seguindo fielmente os guias “palradores”), os 5% de património mundial classificado pela UNESCO. É impressionante esta densidade de obras-de-arte e de património arquitectónico, numa cidade com cerca de 350.000 habitantes.

Em Roma, mais vasta, para quem pretender fazer percursos a pé, deverá possuir preparação de “fundista”. Todavia, existe o metro que já ajuda alguma coisa, apesar dos despojos do império romano enterrados no sub-solo só terem permitido a construção de 2 linhas subterrâneas. (nota: foto retirada da Wikipedia)

11/11/06

Arrivederci

10/11/06

Norte de Itália


Ícones da arquitectura de algumas das mais conhecidas cidades do inebriante norte de Itália, edificados no período do renascimento. Pisa e Veneza, nas fotos. Muitas outras se poderiam juntar: Florença, Milão, Génova, Roma, etc...(embora Roma - Lázio -, seja no centro da península). Poderia ser feita uma lista mais ou menos completa da arquitectura que caracteriza este período em várias cidades igualmente importantes: - Santa Maria das Flores (Catedral de Florença), Palácio dos Strozzi, Florença - Igreja Santa Andrea, Mântua - Palácio dos Duques, Urbino - Palácio Farnácio e Basílica de S. Pedro, Roma - Biblioteca da Praça de S. Marcos, Veneza.

«Não se trata somente de uma arquitectura de cada obra tomada individualmente mas de uma nova concepção de toda a cidade em que têm lugar essas obras: daí as vastas demolições no séc. XV e XVI, em cidades italianas.» este aspecto pode ser comparado com a renovação da baixa lisboeta na fase pós-terramoto (1755), pelo Marquês de Pombal. Foi um processo resultante de uma necessidade inadiável, visto muitas edificações se encontrarem parcialmente destruídas. Uma causa natural - catastrófica -, no caso português.
No caso italiano, as edificações encontravam-se em utilização, apesar das condições precárias. A causa ideológica civilizacional italiana, que originou esta "explosão", como se verifica, foi causa suficiente para implementar o processo renascentista que obrigou às vastas demolições ; «Há que acrescentar mais uma coisa. Este processo invulgar não resultou simplesmente da inspiração, do instinto ou do "jeito". Pelo contrário, tudo é reflectido; pensado conceptualmente e organizado. É neste exemplo que se insere o exemplo - clássico - do grande florescimento da literatura sobre a arte, a arquitectura e a poesia
Otto Zierer, Pequena História das Grandes Nações - Itália.

06/11/06

Novas regras no transporte de líquidos em viagens aéreas

«…, nos pontos de controlo de segurança, o passageiro e a sua bagagem de mão deverão ser verificados em busca de líquidos, bem como de outros artigos proibidos. No entanto, as novas regras não limitam os líquidos que podem ser comprados nas lojas situadas para além do local onde o passageiro apresenta o seu cartão de embarque ou a bordo de uma aeronave* operada por uma companhia aérea da UE * é óbvio
«Ao fazer as malas:
Ao passageiro apenas é permitido levar pequenas quantidades de líquidos na sua bagagem de mão. Estes líquidos deverão estar em recipientes individuais com uma capacidade máxima de 100 mililitros cada. O passageiro deverá embalar estes recipientes dentro de um saco de plástico transparente e resselável cuja capacidade não deverá ser superior a um litro por passageiro.
»
É PENA QUE AS AGÊNCIAS DE VIAGEM MANTENHAM O CLIENTE NA IGNORÂNCIA, MESMO APÓS A ENTRADA EM VIGOR DESTAS MEDIDAS. OS PASSAGEIROS SÃO SURPREENDIDOS NOS AEROPORTOS, DE GARRAFAS DE ÁGUA NA MÃO, QUANDO ABORDADOS POR FUNCIONÁRIOS DA "ANA" INSTRUINDO-OS PARA O CUMPRIMENTO DESTAS NOVAS NORMAS. BASTAVA À AGÊNCIA ENVIAR UM MAIL INFORMATIVO.

20/10/06

Olha a túnica, fresquinhaaaaaaa ! são as últimas...

Foi dos episódios mais bizarros e engraçados que me aconteceram nesta viagem há um ano atrás. Vendedores em pleno Nilo a impingirem a sua "banha da cobra". Uma coisa que me impressionou bastante foi a sua afinadíssima pontaria: enrolavam o produto (túnicas árabes e afins) num saco plástico, e para alcançarem o terraço do barco de cruzeiro, a altura de cerca de 9m, o "raio" do saco, estivéssemos onde fosse, vinha parar às mãos, a nós, o consumidor final encantado com o exotismo dos barqueiros egípcios e com ambiente quase surreal de um fim de tarde perfumado a "thé à la menthe" - sans sucre -, num terraço de um barco de cruzeiro, com Assuão ainda longe.

10/08/06

O mês dos franceses

Não será de todo errado designar assim este modorrento mês, onde metade do país está de férias e a outra a meio gás. Para colorir o ambiente e alegrar os comerciantes, sobretudo nas regiões do interior, surgem todos os anos nesta altura, milhares e milhares de peugeot´s, renault´s e citroen´s com chapa amarela gaulesa, que largam os emigrantes e os filhos na “santa terrinha”, de visita aos parentes que estão “au Portugal”.

Ademais, enchem feiras, mercados, centros comerciais, bares e esplanadas, soltando ruidosas conversas em francês, salpicadas de pequenos excertos em bom português, cujo ímpeto lusitano os torna intraduzíveis para a língua da (2.ª) pátria.
Tal foi o caso ontem, numa esplanada, quando uma esbelta “petite française” relatava, em francês, as suas magníficas aquisições de vestuário enquanto as amigas inquietavam-se com o preço e com os modelos, insurgindo-se de repente um rapazote, já espigado, de boné à “Boy George”: <…olha, se fosses à feira na terça, era ainda mais barato, car*****!>
[Ilustração do tempo da mala de cartão]

02/08/06

Exodus

Metáfora muito interessante esta de Pacheco Pereira. É o retrato da peregrinação anual a 160 à hora para chegar a tempo de apanhar ainda, no mesmo dia, uma nesga de sol naquela faixa litoral com pouco mais de 150 km.

Curiosa ideia esta do Al Gharb como destino inevitável, que por força da gravidade nos é imposto por quem levantou a tábua. E que fluidez a da debandada – mais ou menos ordenada – exceptuando os mais viscosos que como bem refere, por pobreza ou por trabalho ficam agarrados ao mesmo sítio. E que dizer dos outros que pelas máquinas voadoras contrariam a gravidade rumando aos mares do atlântico-sul, espalhando uma saloiice insolente quando experimentam a agradável novidade de sentirem o poder do valor dos euros que levam no bolso – e, sabe Deus em quantas prestações estão a pagar essa viagem.

Claro que se a dita faixa, o Algarve, onde após umas horas de viagem já todos se acotovelam na fila do café ou na escada da piscina, se estendesse até à antiga Gadir ou se as suas condições climáticas excepcionais se clonassem para a faixa entre Espinho e Caminha, o discurso já era outro (ou não?).
Pois não será isto uma questão de mais 50/60 km de faixa, ou da sua localização no fundo do tapete nacional? (Espreita aqui agora também, um outro perigo, que é o da ocupação da apetitosa costa vicentina…).

Pena será a minha e a de outros, não ter a fortuna de viajar constantemente como faz JPP, para palestrar ou investigar em qualquer local do nosso rectângulo, ou lá fora. Pena será não irmos de quando em vez a Budapeste ou a Bruxelas soltar o tédio de uma secretária, de uma oficina, de um balcão, de um tear ou até de um esteiro. Dêem-me um fim de semana dedicado às livrarias de Bucareste a ver se eu recuso!

Não, a minha perspectiva é outra, é a da escapatória, é o afastamento condicional do presídio, de uma certa tristeza que me amarra aos mesmos mecanismos, às mesmas ruas, às mesmas cores, todo o tempo.
E essa fuga é feita com fluidez, tal como outras, mas com uma fluidez alegre, que me envolve, que me ilumina, que me aproxima do meu filho ainda mais, mesmo que esse processo relacional seja salpicado com areia branca, e, ainda bem que assim é.
Também se leva isto da vida…


Aproveito para uma fazer uma transcrição do livro Exodus, de Leon Uris:
«Esta noite é diferente porque celebramos o momento mais importante do nosso povo. Nesta noite celebramos a sua partida, em triunfo, da escravidão para a liberdade.»

20/07/06

Snorkeling

Também estou a ver disto!
Snorkeling Basics. Gostaria de colocar uma máscara e um tubinho, para ilustrar a minha ideia. No entanto fica a intenção.
Bem sei da tragédia que envolve, nos últimos dias, dois países do médio oriente e que é extremamente preocupante, porque mal se sabe onde é que começou nem quando irá terminar, nem quantas vidas inocentes irá ceifar mais.
Mas, também sou filho de Deus, e por agora, durante estes últimos dias tenho-me abstraído do resto do mundo por entre sol, calor e pela prática de snorkeling.
Recomendo.

15/07/06

Bonjour Tristesse

Nos próximos dias, vou ver disto, e de mim

14/07/06

As Férias com um Livro


Ajudem-me a evitar esta conversa:

(…) Enquanto se ajeitam as malas no porta-bagagens, vejo uma malinha extra, daquelas de mão, e pergunta-se:

- para que é mais uma mala?

- são os livros...! sabes como é, leva-se um carrego e só se lê um ou dois.

- pois, percebi…já devíamos saber que o tempo que pensamos ter para ler é uma treta. Ele é os miúdos, é a piscina, é o sol, é a areia, são os ralos que não se calam, são as cigarras, é o peso do livro que escorrega das mãos cheias de creme…enfim só mesmo à noite, e à noite estamos estoirados e a sede e a preguiça apertam, e não vamos ter leituras tão diferentes daquelas que temos ao longo do ano. Que mania, pá! (…)

Apesar do que se diga ou do que se pense, nas férias há sempre um pouco mais de tempo sobrante para leituras. Por isso, e por se saber que vai haver tempo para colocar muitas leituras em dia, e que amargamente julgamos que já deviam ter sido feitas, os livros para férias têm que ser bem seleccionados, e os critérios passam pelo seu peso e volume, e pela sequência coerente do que andamos a ler.
Voltando às escolhas, como tiro de última hora, mesmo não estando na foto, coloco ainda nas possibilidades o velho Henry Miller com "Os Livros da minha Vida". Li umas páginas na Livraria da Praça, onde este escrevia, entre outras coisas de interesse, o seguinte "Qualquer pessoa com a barriga cheia de clássicos é um inimigo da humanidade.

Calma Niño, calma

15/06/06

Países do nosso globo que já conheci


Para criar um mapa com os países visitados ir aqui ; 5% apenas e tanto para viajar ! (actualização em 04/2007 - a esta data já há mais manchas vermelhas!)