O mês dos franceses
Não será de todo errado designar assim este modorrento mês, onde metade do país está de férias e a outra a meio gás. Para colorir o ambiente e alegrar os comerciantes, sobretudo nas regiões do interior, surgem todos os anos nesta altura, milhares e milhares de peugeot´s, renault´s e citroen´s com chapa amarela gaulesa, que largam os emigrantes e os filhos na “santa terrinha”, de visita aos parentes que estão “au Portugal”.
Ademais, enchem feiras, mercados, centros comerciais, bares e esplanadas, soltando ruidosas conversas em francês, salpicadas de pequenos excertos em bom português, cujo ímpeto lusitano os torna intraduzíveis para a língua da (2.ª) pátria.
Tal foi o caso ontem, numa esplanada, quando uma esbelta “petite française” relatava, em francês, as suas magníficas aquisições de vestuário enquanto as amigas inquietavam-se com o preço e com os modelos, insurgindo-se de repente um rapazote, já espigado, de boné à “Boy George”: <…olha, se fosses à feira na terça, era ainda mais barato, car*****!>
Tal foi o caso ontem, numa esplanada, quando uma esbelta “petite française” relatava, em francês, as suas magníficas aquisições de vestuário enquanto as amigas inquietavam-se com o preço e com os modelos, insurgindo-se de repente um rapazote, já espigado, de boné à “Boy George”: <…olha, se fosses à feira na terça, era ainda mais barato, car*****!>
[Ilustração do tempo da mala de cartão]