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04/02/07

Florença, Um Caso Delicado


Li este livro após a minha primeira viagem a Itália. Insere-se na colecção editada pela Asa "O Escritor e a Cidade" e versa, obviamente, sobre a relação que vários escritores famosos ingleses tiveram no último século e meio com a cidade toscana de Florença.

Da leitura sobressai sobretudo, a ideia que já tinha acerca dos viajantes e exploradores britânicos, que à conta de um império que alcançava os 4 cantos da terra se moviam sem dificuldades, mostrando ou desvendando ao mundo outros mundos e outras culturas até então inacessíveis e desconhecidas, como foi o caso da Índia (para mim, o exemplo mais fulgurante).
Desses viajantes, muitos da área das letras, procuraram nos locais mais vestustos e eruditos, acercados de bastiões do património artístico, arquitectónico e paisagístico mundial, a divina inspiração que muitas vezes na ilha natal, fria e húmida, não conseguiam encontrar.

Estes últimos viajantes, aos quais este livro de David Leavitt dedica especial atenção (a Lord Byron, E. M. Forster, Henry James, etc...), renderam-se ao sedutor ambiente que combina a simplicidade e simpatia dos indígenas com a beleza das paisagens, sejam elas naturais ou urbanas. (De repente lembrei-me do Algarve dos anos 60 e 70...).

Florença, sendo uma cidade pequena e pouco cosmopolita, é um exemplo perfeito desta paixão e fascínio que tantos ingleses atraiu, ao ponto de reunir na região alguns milhares (onde se incluem americanos), que com muita vontade e voluntarismo se tornaram proprietários de inumeras "Villa´s" em torno da velha cidade, ao longo de décadas, até Mussolini lhes confiscar as propriedades...
Bom, mas isto são contas de outro "rosário", dos tantos que o livro aborda e relata em deliciosas histórias acerca dos ícones culturais da cidade (e do mundo), como a escultura de David - de Miguel Ângelo -, da Piazza Vecchia e do seu Palazzo - um dos mais belos edifícios italianos, para mim; do museu das Ufizzi, da inquisição e as vítimas que aí executou, do destino das obras universais de artistas renascentistas florentinos durante a ocupação alemã na WW II, da subsequente recuperação da cidade por parte dos aliados, das cheias do rio Arno em finais da década de 60 do século passado e do movimento desencadeado para colocar a salvo as obras-prima expostas nos pisos inferiores dos museus, etc...

É um livro extremamente interessante, que me ajudou a reconstituir o bom que vi da cidade, mas acima de tudo, a planear uma nova viagem, quiçá num futuro próximo?! 
Recordemos: esta foi a cidade iniciática do Renascimento e tem, numa área tão pequena, 5% do património mundial classificado pela UNESCO. Espantoso, no mínimo.

12/12/06

Museu/galeria Uffizi - Florença :
Primavera-Botticelli; Nascimento de Vénus-Botticelli; Vénus de Urbino-Tiziano

04/12/06

Memórias de Florença

Na cidade de Florença é sempre recomendada a visita às Uffizi – umas das mais extraordinárias galerias/museu do mundo. Quem entra na Piazza della Signoria, deixando nas costas a Catedral de Florença, sente-se dominado pela magnitude do Palazzo Vechio - acastanhado pela pedra à vista - e pela imponente torre ao centro da fachada. Ao sair da praça, na direcção do rio Arno, passamos entre La Loggia e a esquina do Palazzo, e entramos nas Uffizi - um edifício de Vasari, em U com 3 pisos. Caminhando ao longo deste, no piso térreo, chegamos a uma varanda na margem do Arno com vista sobre a Ponte Vecchio, à direita.
O filme de James Ivory, “Um quarto com vista” baseado no livro de E.M. Forster, ilustra muito bem este enquadramento urbano, incluindo também referências aos patos-bravos de guia na mão e pescoço levantado, que durante as poucas horas entre Veneza e Roma, são desempacotados em "Firenze" à procura do "essencial" florentino. Ou então, voltando aos filmes: “Paixão em Florença” de Philip Haas – “Up at the Villa”, baseado na obra de William Somerset Maugham.

A pouco mais de 300m do Palazzo, recomenda-se também a praça de Santa Croce, iniciática de todo o processo do renascimento, e também a basílica com o mesmo nome onde no magnífico interior se encontram sepultados: Miguel Ângelo, Dante, Galileu, Maquiavel, Rossini, entre outros ilustres florentinos. Nada mais, nada menos...
Florença é assim, ao contrário de Roma. Com algum ânimo (que não deve faltar, e alguma forma física) num raio de 3 kilómetros, percorremos, por entre os demais turistas (baixinhos e de olhos em bico..., seguindo fielmente os guias “palradores”), os 5% de património mundial classificado pela UNESCO. É impressionante esta densidade de obras-de-arte e de património arquitectónico, numa cidade com cerca de 350.000 habitantes.

Em Roma, mais vasta, para quem pretender fazer percursos a pé, deverá possuir preparação de “fundista”. Todavia, existe o metro que já ajuda alguma coisa, apesar dos despojos do império romano enterrados no sub-solo só terem permitido a construção de 2 linhas subterrâneas. (nota: foto retirada da Wikipedia)

11/11/06

Arrivederci