A Voz dos Deuses
Já vai sendo tempo para um tributo ao herói lusitano que defendeu a Ibéria dos romanos e que venerava o Deus Endovélico.
A Voz dos Deuses é um romance histórico que ficciona a vida de Viriato. É o livro mais conhecido do escritor e jornalista João Aguiar, que no seu estilo habitual, apresenta uma linguagem objectiva e uma cativante fantasia. Na minha modesta opinião, esta obra pela sua contribuição para a formação de uma noção do que foi a Lusitânia, e pela sua simplicidade, deveria constar na lista de livros aconselhados às camadas jovens do segundo ou terceiro ciclos.
A ficção desenha uma história com contornos próximos daquela que se julga ter sido a vida real de Viriato. Contudo, no seu prólogo, João Aguiar faz a devida advertência. Parafraseando Eça de Queirós diz-nos que foi preciso lançar sobre a nudez forte de uma verdade histórica insuficiente o manto diáfano de uma fantasia plausível ou, pelo menos, aceitável.
Envolvidos na leitura, somos então remetidos para uma época em que na Península Ibérica confluíam várias influências culturais, que contribuíram de forma decisiva na formação do carácter de Viriato. Nessa mesma época, os romanos pretendiam uma forte expansão do já vasto Império, objectivo esse que poucos povos conseguiram impedir.
Aqui na Ibéria, encontramos um desses povos: os Lusitanos liderados por Viriato. No meio dos indígenas ibéricos, formados por vários grupos nómadas, o autor faz um completo e credível retrato do líder, que no fundo, não foi só um excelente guerreiro como um perspicaz político. Viriato conseguiu travar o avanço romano durante sete anos, derrotando-os sucessivas vezes, tanto em manobras de defesa como em ataque, o que levou Roma a declarar os Lusos como “amicus populi romani”, para depois, como é sabido, o assassinar por via da traição.
Esta é uma história que faz parte do nosso passado enquanto ibéricos, e que simultaneamente, faz lembrar pela audácia e pela resistência, a animada e bem conhecida de todos: aldeia de Asterix na Gáulia, que resiste aos romanos ano após ano, só que no caso lusitano não há 'potion magique'. Há sim, uma grande resiliência dos antigos guerreiros lusos :)
Como nota final, somos advertidos também para algumas falácias, nas quais acredito sem colocar grandes questões, entre as quais, a relação que não existiu entre a cava da nossa cidade, o guerreiro Viriato e os romanos, à qual acresce o pseudo-mito do boçal pastor dos montes Hermínios - vezes sem conta mencionados no romance - entrincheirado na dita cava aguardando os invasores itálicos. Todavia, a obra da cava de Viriato, uma estrutura defensiva octogonal, em conjunto com a estátua que a ladeia, são as maiores insígnias em território nacional, da obra e vida do chefe luso e dos povos Lusitanos.
Por fim, a par deste livro, os 'especialistas' recomendam também o de Fernando Barrejón, Viriato O Colar dos Deuses.
A ficção desenha uma história com contornos próximos daquela que se julga ter sido a vida real de Viriato. Contudo, no seu prólogo, João Aguiar faz a devida advertência. Parafraseando Eça de Queirós diz-nos que foi preciso lançar sobre a nudez forte de uma verdade histórica insuficiente o manto diáfano de uma fantasia plausível ou, pelo menos, aceitável.
Envolvidos na leitura, somos então remetidos para uma época em que na Península Ibérica confluíam várias influências culturais, que contribuíram de forma decisiva na formação do carácter de Viriato. Nessa mesma época, os romanos pretendiam uma forte expansão do já vasto Império, objectivo esse que poucos povos conseguiram impedir.
Aqui na Ibéria, encontramos um desses povos: os Lusitanos liderados por Viriato. No meio dos indígenas ibéricos, formados por vários grupos nómadas, o autor faz um completo e credível retrato do líder, que no fundo, não foi só um excelente guerreiro como um perspicaz político. Viriato conseguiu travar o avanço romano durante sete anos, derrotando-os sucessivas vezes, tanto em manobras de defesa como em ataque, o que levou Roma a declarar os Lusos como “amicus populi romani”, para depois, como é sabido, o assassinar por via da traição.
Esta é uma história que faz parte do nosso passado enquanto ibéricos, e que simultaneamente, faz lembrar pela audácia e pela resistência, a animada e bem conhecida de todos: aldeia de Asterix na Gáulia, que resiste aos romanos ano após ano, só que no caso lusitano não há 'potion magique'. Há sim, uma grande resiliência dos antigos guerreiros lusos :)
Como nota final, somos advertidos também para algumas falácias, nas quais acredito sem colocar grandes questões, entre as quais, a relação que não existiu entre a cava da nossa cidade, o guerreiro Viriato e os romanos, à qual acresce o pseudo-mito do boçal pastor dos montes Hermínios - vezes sem conta mencionados no romance - entrincheirado na dita cava aguardando os invasores itálicos. Todavia, a obra da cava de Viriato, uma estrutura defensiva octogonal, em conjunto com a estátua que a ladeia, são as maiores insígnias em território nacional, da obra e vida do chefe luso e dos povos Lusitanos.
Por fim, a par deste livro, os 'especialistas' recomendam também o de Fernando Barrejón, Viriato O Colar dos Deuses.
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