Farenheit 451
Dentro da minha parca cultura literária, pois mal cabe numa caixa de rapé, posso dizer que a minha biblioteca contribuiu bastante para o seu crescimento sobretudo nos últimos anos. Do acervo, fazem parte 3 livros de igual género que eu desde há uns tempos enfiei na mesma prateleira. São eles: 1984 de George Orwell, Farenheit 451 de Ray Bradbury e Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley. Os 2 primeiros já li. Assim, estou à vontade para falar sobre o segundo.
Farenheit 2192, é a temperatura de queima da argila. Significa que há milhares de anos, quando ainda se escrevia sobre placas de argila, estas só eram consumidas até à queima completa, tal como agora, a uma temperatura de 1200 a 1300º. Linear e directo, a 230º um livro arde e desaparece pelo ar, em farrapos de cinza. Concluímos que não é fácil para a argila, porém para o papel a história é outra.
Curiosa comparação surgiu num dia destes, ao ler um blogue espanhol quando este se referia à eminente digitalização de 800 mil livros, dando-lhe o título de Farenheit Google. Para o bloguista, digitalizar 800.000 títulos, por uma universidade indiana em colaboração com o Google, seria a mesma coisa que os levar à incineradora manual de Montag, o personagem central do livro de Ray Bradbury - cuja resenha farei em baixo.
Por essa ordem de ideias o Projecto Gutenberg nunca teria sido levado avante, o que iria diminuir as possibilidades da expansão da leitura de clássicos por esse mundo fora, vedando em vários países, o acesso à literatura a inumeras pessoas com escassos recursos. Isto sem falar naqueles em que é impensável gastarem 9,00€ que sejam, no último livro de Saramago, ou num clássico a preço mínimo.
A história do romance em apreço, é simples: Ray Bradbury, um escritor especialista em ficção científica (autor do O Mundo Marciano ou Crónicas Marcianas, e A Morte é um Acto Solítário…), ocorreu-lhe em 1951, a queima universal de livros a partir de uma sociedade norte-americana dominada por um regime totalitarista, à semelhança da novela de George Orwell. O valor de Farenheit 451 é temperatura a que ocorre a queima do papel, segundo a escala de Gabriel Farenheit . [ºCelsius=(ºF-32)/1.8]. Está explicado o título e lançados os dados.
Mas porquê queimar os livros todos de uma nação, ou do mundo, às mãos de brigadas de bombeiros especializados como Montag?
Por agora, algumas passagens ajudarão a compreender um pouco essa motivação colectiva: “Não levem os homens para terrenos escorregadios como a Filosofia ou a Sociologia, onde tenham de confrontar a sua experiência…”
(continua)
A história do romance em apreço, é simples: Ray Bradbury, um escritor especialista em ficção científica (autor do O Mundo Marciano ou Crónicas Marcianas, e A Morte é um Acto Solítário…), ocorreu-lhe em 1951, a queima universal de livros a partir de uma sociedade norte-americana dominada por um regime totalitarista, à semelhança da novela de George Orwell. O valor de Farenheit 451 é temperatura a que ocorre a queima do papel, segundo a escala de Gabriel Farenheit . [ºCelsius=(ºF-32)/1.8]. Está explicado o título e lançados os dados.
Mas porquê queimar os livros todos de uma nação, ou do mundo, às mãos de brigadas de bombeiros especializados como Montag?
Por agora, algumas passagens ajudarão a compreender um pouco essa motivação colectiva: “Não levem os homens para terrenos escorregadios como a Filosofia ou a Sociologia, onde tenham de confrontar a sua experiência…”
(continua)
1 comentário:
Tendo eu redescoberto recentemente o prazer da leitura, sinto que desperdicei demasiado tempo durante o qual poderia ter conhecido muitas pérolas de literatura.
Daí que, quando adquiri este livro há alguns anos atrás, na Feira do Livro do Porto, nunca imaginava o seu conteúdo, muito menos as questões levantadas pelo autor.
Felizmente a nossa sociedade ainda não chegou tão longe como a retratada no livro, mas para lá caminha.
De facto, cada vez mais as pessoas preferem sentar-se em frente à televisão e engolir tudo o que lhes põe à frente, por mais vazio que seja o conteúdo dos programas, a conversarem umas com as outras.
Cada vez mais, as pessoas confiam na televisão para "educar" os filhos, alheando-se da sua própria obrigação.
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