07/03/08

Uma Carta para Garcia - Elbert Hubbard

Será como levar uma mensagem a Garcia.

Realmente a expressão não me era estranha e penso que também não o será a muita gente, no entanto nunca me dei ao trabalho de tentar entender aquilo que verdadeiramente escondia. Mas antes de ir ao seu significado, redescobri que se poderá avaliar a predisposição de uma pessoa para realizar uma determinada tarefa, só pelo tom em que esta retorque quando lhe é solicitada: “…será como levar uma mensagem a Garcia. ” Passo a aprofundar um pouco mais a pequena grande obra em apreço:
Numa noite, Elbert Hubbard em finais do séc. XIX, escreveu de uma assentada um pequeno texto que viria a ser tomado como fonte de inspiração e de incentivo por muitas pessoas e empresas. Tendo até exercido alguma influência no desenvolvimento de algumas sociedades. Estava-se em plena revolução industrial, numa altura que se levantavam as primeiras questões da produtividade com os consequentes conflitos laborais que rapidamente transformavam a matriz comportamental de qualquer sociedade. Consciente das alterações que estavam em curso, a sensibilidade de Elbert há muito que tinha colocado a sua mente em ebulição o suficiente para precipitar uma redacção intempestiva sobre as razões que levam um trabalhador a agir com maior ou menor dinamismo e que viriam a terreiro pela mão de um jornal. A ideia surgiu de uma conversa sobre os heróis da guerra travada em Cuba entre os EUA e Espanha, ao ser recordado o mensageiro Rowan que sem tossir nem mugir, atravessou em 3 semanas a ilha para entregar uma mensagem ao General Garcia. Parágrafo a parágrafo li-a deliciado, tal sapiente exortação. Tem uma escrita clara e requintada mas perigosamente mobilizadora.
O início é ilustrado com o célebre episódio da empresa a que Rowan se submete executar com audácia, diligência e sobretudo sem a questionar. «Mac Kinley deu a Rowan uma carta para ser entregue a Garcia. Rowan pegou na carta e nem sequer perguntou: “Onde é que ele está?”» O que quero sublinhar é o espírito de pessoas como Rowan com quem felizmente já tive e tenho a felicidade de trabalhar, pois delas sorvi um pouco do seu calibre. A minha filosofia de trabalho foi-se alterando à medida que fui aplicando no meu dia a dia este princípio e isso teve inevitáveis reflexos na minha pessoa e no ambiente que me envolve.
No final do texto identifiquei-me com o espírito da mensagem do autor, dirigi-me à fotocopiadora e tratei de o divulgar. Tomara que no nosso país à beira mar plantado (e com temperaturas máximas de Março a rondar os 22º), houvessem mais Rowan´s que agissem com empreendorismo, sem a tacanha contestação que muitos assola e sem o permanente descontentamento que outros enferma.

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