Memórias Das Minhas Putas Tristes
“Nunca me senti velho por dentro, e agora percebi que hoje muito menos me sinto. Por fora é inevitável, toda a gente vê os 90 anos que me passaram pelo corpo.”
É assim que vejo o personagem central desta novela: um octagenário solitário, que decide auto presentear-se na passagem para os 90 anos com o mais exuberante dos presentes: uma “rapariguinha”.
Por fora os quase 90 anos não enganam, mas por dentro, encontramos a alma e o coração de um jovem velho, cuja felicidade e o amor despontado por uma noviça de 14 anos, lhe afagaram a jovialidade e lhe aqueceram o coração com um fogo nunca antes sentido.
Terão sido todos aqueles anos de cronista dominical sem qualquer brilho jornalístico, assíduo da clandestina casa de Rosa Cabarcas, e uma sequência de repetidas perversões, a causa do alheamento a uma vida amorosa? O que o levou solteiro, tão longe?
Este homem idoso, criado por Gabriel García Marquez, aparece aos olhos do leitor vindo de uma longa infância de menino mimado, com herança paternal farta que lhe trouxe a casa onde sempre morou e onde dia-a-dia criou rotinas com uma impressionante pontualidade, e que desde os 20 aos 50 anos catalogou todas as mulheres com quem pelo menos uma vez esteve, resolve intitular às suas recordações, de: “Memórias das Minhas Putas Tristes”!
É assim que vejo o personagem central desta novela: um octagenário solitário, que decide auto presentear-se na passagem para os 90 anos com o mais exuberante dos presentes: uma “rapariguinha”.
Por fora os quase 90 anos não enganam, mas por dentro, encontramos a alma e o coração de um jovem velho, cuja felicidade e o amor despontado por uma noviça de 14 anos, lhe afagaram a jovialidade e lhe aqueceram o coração com um fogo nunca antes sentido.
Terão sido todos aqueles anos de cronista dominical sem qualquer brilho jornalístico, assíduo da clandestina casa de Rosa Cabarcas, e uma sequência de repetidas perversões, a causa do alheamento a uma vida amorosa? O que o levou solteiro, tão longe?
Este homem idoso, criado por Gabriel García Marquez, aparece aos olhos do leitor vindo de uma longa infância de menino mimado, com herança paternal farta que lhe trouxe a casa onde sempre morou e onde dia-a-dia criou rotinas com uma impressionante pontualidade, e que desde os 20 aos 50 anos catalogou todas as mulheres com quem pelo menos uma vez esteve, resolve intitular às suas recordações, de: “Memórias das Minhas Putas Tristes”!
Assim chegou solteirinho aos 90 anos, durante os quais “as putas não lhe deixaram tempo para ser casado”.
Nesse dia cismou, que tinha que ofertar a si próprio, uma cama de aluguer e uma “Delgadina” por estrear. Mas o homem sabe que a vida segue por vias insuspeitas; e no caminho, por mais loucas ou firmes sejam as convicções, o deslumbre espreita em tentação, e faz sucumbir ao sentimento do amor, seja ele maduro ou ingénuo.
A possibilidade somos nós a proporcioná-la, e esta acercou o nonagenário que mal teve tempo para descobrir que abrindo a couraça do coração, o amor e outros demónios entram como uma suave brisa nunca antes sentida. Ele devia-o ter adivinhado!
Levei e li, numa férias ao sol, este livro das Putas Tristes do génio colombiano – se calhar é ele próprio ali representado -, e iniciei uma leitura de rajada, da mesma forma que surgiu ao velhote, no início do romance, a súbita vontade para uma noite especial com uma “Delgadina”.
Se assim não abrisse a leitura, com esta introdução que empolga e mostra, desde logo, a fantasia de "Gabo", ter-me-ia questionado sobre o que é que se faria tendo como ingredientes: um cronista de oitenta e nove anos com uma vida de crónicos hábitos, preso a alguns vícios nocturnos que mesmo assim pareciam brandos! Entrada magistral a da narração em discurso directo! Mal dei conta, estava a terminá-lo, e desamparado, questionei-me em introspecção – com um “vá-se lá saber”?! - acerca do dono das rédeas do nosso destino: nós, Deus ou o Diabo? Que demónio…
Nesse dia cismou, que tinha que ofertar a si próprio, uma cama de aluguer e uma “Delgadina” por estrear. Mas o homem sabe que a vida segue por vias insuspeitas; e no caminho, por mais loucas ou firmes sejam as convicções, o deslumbre espreita em tentação, e faz sucumbir ao sentimento do amor, seja ele maduro ou ingénuo.
A possibilidade somos nós a proporcioná-la, e esta acercou o nonagenário que mal teve tempo para descobrir que abrindo a couraça do coração, o amor e outros demónios entram como uma suave brisa nunca antes sentida. Ele devia-o ter adivinhado!
Levei e li, numa férias ao sol, este livro das Putas Tristes do génio colombiano – se calhar é ele próprio ali representado -, e iniciei uma leitura de rajada, da mesma forma que surgiu ao velhote, no início do romance, a súbita vontade para uma noite especial com uma “Delgadina”.
Se assim não abrisse a leitura, com esta introdução que empolga e mostra, desde logo, a fantasia de "Gabo", ter-me-ia questionado sobre o que é que se faria tendo como ingredientes: um cronista de oitenta e nove anos com uma vida de crónicos hábitos, preso a alguns vícios nocturnos que mesmo assim pareciam brandos! Entrada magistral a da narração em discurso directo! Mal dei conta, estava a terminá-lo, e desamparado, questionei-me em introspecção – com um “vá-se lá saber”?! - acerca do dono das rédeas do nosso destino: nós, Deus ou o Diabo? Que demónio…
3 comentários:
Interessante abordagem....não posso ficar muito mais tempo sem o ler....
Caro Luís Galego: leia-o, se quiser aceitar este conselho.
Li o livro há duas ou tres semanas e também fiquei encantado. Recomecei a lê-lo há dois dias, agora lentamente.
Não há lá o pormenor importannte dele se sentir feliz sobretudo quando ela não falava ?
marques.pinheiro@yahoo.fr
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