Colecção Livros de Bolso DN
A notícia já vem tarde, mas, a meu ver, os melhores títulos começaram a sair hoje com pequenas grandes histórias a cair como gotas de orvalho.
Todas as 2.ªas, 4.ªas, 6.ªas e Sábados, grátis, na compra do Diário de Notícias.
Prós: são todos "Clássicos". Para mim, Balzac à cabeça a par de Machado de Assis, Henry James e Joseph Conrad. Depois Eça e Dostoievsky. Aparenta ser uma colecção equilibrada, com maioria no romance, exceptuando um ou outro policial ou a peça teatral de Garret. Todos a custo zéro.
Contras: livros pequenos, mais pequenos que os de bolso da Europa-América (apesar de ser edição desta casa) implicando letras minúsculas com consequente sobre-esforço visual; uma encadernação pobre nos materiais e apelativa nas cores, contudo com uma boa resenha na contra-capa. Como leituras de verão, dúvido que para muitos Balzac, Dante, Dostoievski ou Virginia Woolf sejam boa escolha. Seja como for, não sendo leitura estival são muito bem vindos, além disso há tempo até ao fim do ano.
-23/07 (segunda) - O Cão dos Baskervilles, Arthur Conan Doyle
-23/07 (segunda) - O Cão dos Baskervilles, Arthur Conan Doyle
-25 (quarta) - O Senhor da Charneca, Ruth Rendell
-27 (sexta) - O Inferno, Dante
-28 (sábado) - A Máquina do Tempo, H.G. Wells
-30 (segunda) - O Profeta, Kahlil Gibran
-1/08 (quarta) - Frei Luís de Sousa, Almeida Garrett
-3 (sexta) - Cartas de Inglaterra, Eça de Queirós
-4 (sábado) - Os Europeus, Henry James
-6 (segunda) - Narrativa de A.G. Pym, Edgar Allan Poe
-8 (quarta) - O Último Adeus, Honoré de Balzac
-10 (sexta) - O Caso dos Gémeos Desconhecidos, Ellery Queen
-11 (sábado) - Daisy Miller, Henry James
-13 (segunda) - O Pequeno Herói, Fiodor Dostoievsky
-15 (quarta) - O Caso do Colar Desaparecido, S.S. Van Dine
-17 (sexta) - Washington Square, Henry James
-18 (sábado) - Estalagem das Duas Bruxas, Joseph Conrad
-20 (segunda) - Cidade Escaldante, Chester Himes
-22 (quarta) - A Dama de Espadas, Alexandre Puskine
-24 (sexta) - Mrs. Dalloway, Virginia Woolf
-25 (sábado) - Assassínio do Parque, Ellery Queen
-27 (segunda) - Persuasão, Jane Austen
-29 (quarta) - Dom Casmurro, Machado de Assis
-30 (sexta) - Morte na Universidade, Ellery Queen
-31 (sábado) - O Calafrio, Henry James
Nota: no decorrer desta oferta substituiu-se o título A Boneca de Luxo de T. Capote por O Calafrio de Henry James.
3 comentários:
Como posso adquirir os 4 primeiros livros desta colecção?
Já percorri várias papelarias,e já nenhuma os têm.
Receio não o poder ajudar muito. A recolha dos jornais e suplementos não vendidos, é feita quase diariamente.
A forma mais segura de os obter, é dirigir-se directamente ao Diário de Notícias, via correio electrónico ou telefónica (ou pessoalmente na sede).
Livros de bolso - Artigos em jornais:
J.N. em 16/06/2007
Livros de bolso regressam com novo fôlego. (a propósito da Booket)
O custo incomportável dos livros deixou de ser uma desculpa válida para os resistentes à leitura. Após anos a fio de marasmo e apostas semifalhadas, o mercado nacional dos livros de bolso começa, finalmente, a dar sinais de franco dinamismo. Duas novas chancelas inteiramente dedicadas a este segmento - a Booket e a Biblioteca Independente - acabam de ser lançadas e, apesar dos conceitos distintos que as norteiam (ler caixa da página 63), mostram-se dispostas a alterar a crença segundo a qual os portugueses são avessos aos livros de bolso.
Responsável da Booket - colecção pertencente às Publicações Dom Quixote -, Pilar Ramos reconhece que os estereótipos em redor deste formato têm sido um obstáculo ao crescimento "Há a ideia errada de que as edições de livros de bolso são de má qualidade, com páginas amarelecidas e caracteres minúsculos".
Também Francisco Pedro Lyon de Castro - director editorial das Publicações Europa-América, editora cuja aposta neste segmento remonta à década de 40 (ler caixa ao lado) - lamenta "os preconceitos infundados" sobre as edições portáteis e cita "o cuidado na tradução dos livros ou a qualidade do papel" como prova de que os livros de bolso estão longe de significar livros menores.
Não é de estranhar, por isso, que as duas novas propostas editoriais tenham escolhido a componente visual como um factor decisivo para a mudança de mentalidades. Das capas atractivas à facilidade no manuseamento, os novos livros de bolso têm, de acordo com Pilar Ramos, destinatários preferenciais "Um público jovem e urbano que ainda pensa que os livros são demasiado caros".
Clássicos acessíveis
Numa concertação de esforços inédita no nosso país, Relógio D'Água, Cotovia e Assírio & Alvim criaram a Biblioteca Independente (BI), colecção de bolso que privilegia os clássicos da literatura.
Apesar de um arranque pouco auspicioso - da escolha do nome, decidida poucos dias antes de eclodir o folhetim da Universidade Independente, aos problemas de distribuição, que estiveram na origem de dois adiamentos -, nove títulos de prestígio acima de qualquer dúvida chegam às livrarias no final da próxima semana. Uma pequena amostra dos 70 autores que estarão disponíveis até ao final de 2008, entre os quais Kafka, Proust, Dostoiévski, Dante, Camões, Camilo e Garrett.
A hipótese de a BI abarcar autores cujos direitos estão na posse de outras editoras que não pertencem ao núcleo de fundadores é, segundo Mafalda Azevedo, da Cotovia, "bastante provável". Bem diferente é a possibilidade de a colecção se estender a outras editoras "Há uma semelhança de conceitos entre os fundadores da BI. Se alargássemos o número de editoras envolvidas, existia o sério risco de desvirtuarmos o espírito inicial".
Metas ambiciosas
Vender meio milhão de títulos até ao final de 2008 é o objectivo a que se propõe a Booket. Uma meta ambiciosa, mas que, para Pilar Ramos, se afigura possível, até porque, dos planos para os próximos meses, faz parte o lançamento de obras inéditas.
Já no dia 25, mais seis livros da Booket chegam ao mercado "O vendedor de passados", de José Eduardo Agualusa; "O fiel jardineiro", de John Le Carré; "A casa quieta", de Rodrigo Guedes de Carvalho; "Prazer sem limites", de Alicia Gallotti; "Olhos nos olhos", de Júlio Machado Vaz, e "Contos de colarinho branco", de Paulo Morgado.
Novo esforço
Não é a primeira vez que se assiste a uma tentativa de implementação dos livros de bolso. Há cinco anos, a Temas & Debates e a Ambar criaram colecções específicas, enquanto que a ASA e a Dom Quixote estabeleceram um protocolo com a Fnac para venda exclusiva nesta rede de lojas.
Os resultados, aquém do esperado, arrefeceram o entusiasmo, mas, cinco anos volvidos, a Dom Quixote acredita que "o amadurecimento do mercado" justifica um novo esforço. "É preciso as editoras se adaptem às novas tendências. Além do mais, basta olhar para o mercado vizinho e perceber que o potencial dos livros de bolso é imenso", diz Pilar Ramos, que aponta ainda a "revitalização do fundo editorial" como outra das vantagens.
Dos resultados alcançados pela Booket e pela BI dependerá um investimento neste formato por parte de outras editoras, até agora na expectativa face à evolução do mercado.
Se é verdade que os livros de bolso nunca gozaram em Portugal da popularidade que granjeiam noutros mercados, não deixa de ser indesmentível, porém, o esforço das Publicações Europa-América em implementar o formato no nosso país.
Em 1945, o editor Francisco Lyon de Castro lançou a primeira colecção do género em Portugal, a "Saber". Mas foi a partir de 1970 que a aposta adquiriu maior projecção, graças à colecção "Grandes obras". Dos 700 livros pertencentes ao catálogo, seis destacaram-se pelo volume de vendas "História concisa de Portugal", de José Hermano Saraiva; "Os Maias", de Eça de Queirós; "A arte da guerra", de Sun Tzun; "Guerra e paz", de Leão Tolstoi; "Sensibilidade e bom senso", de Jane Austen, e "Matemáticas assassinas", de Kjartan Poskitt. Director editorial da Europa-América, Francisco Pedro Lyon de Castro acredita que a margem de crescimento para este sector no nosso país "depende mais da adesão dos livreiros - acreditando neste formato e expondo-o de forma conveniente nas livrarias - do que da adesão dos leitores, que nunca deixaram de acreditar nos livros de bolso".
D.N. em 4/06/2006
Leitores portugueses não aderem ao livro de bolso.
Para os leitores portugueses o sucesso de um livro pode ser uma questão de tamanho. Contrariando a tendência do que se passa em Inglaterra, França, Itália ou Espanha (um artigo publicado ontem no El País informava que 60 por cento dos leitores espanhóis se renderam ao pequeno formato), em Portugal o livro de bolso teima em não vingar, salvo casos pontais (ver caixa). Porquê? Será preconceito, uma visão do livro como objecto sagrado ou o tamanho dos caracteres, o mau papel, as lombadas que se desfazem ou a distribuição deficiente? Editores e livreiros procuram resposta através de testes mais ou menos intermitentes ao mercado com colecções quase sempre descontinuadas.
A possibilidade de o baixo custo funcionar como incentivo à leitura e permitir prolongar a vida de um livro noutro formato esbarra com dificuldades específicas do mercado. Sem números que a possam suportar (como acontece em Portugal sempre que se fala de livros), a informação sustenta-se na experiência de quem arriscou aquela que aparenta ser uma fórmula de sucesso num país com baixo índice de leitura e economia deprimida: variedade de títulos - de clássicos ou de autores consagrados -, em formato manuseável e a baixo custo. Mera aparência, dirão os responsáveis da Fnac.
Quando se instalou em Portugal, a cadeia francesa quis aplicar a experiência da casa-mãe e, sem nenhum estudo de mercado, lançou em parceria - primeiro com a Dom Quixote e mais tarde com a Asa - uma colecção de livros de bolso com o selo Fnac. "Na Europa, um livro sai em capa dura e pouco depois está em bolso. O nosso director-geral, então, não percebia porque é que isso não acontecia em Portugal. Quis fazer uma experiência. Os resultados não foram os esperados." Lúcia Felizardo, gestora de produto da Fnac, não quantifica o prejuízo, mas afirma ter estado longe do retorno do investido nos cerca de 200 títulos colocados no mercado. Entre eles, houve casos de sucesso. A Vida Sexual de Catherine M., de Catherine Millet, teve edição única em bolso numa parceria com a Asa e vendeu 30 mil exemplares; O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá, de Jorge Amado, vende dez mil exemplares/ano desde 2001, quando foi editado em bolso com a Dom Quixote/Fnac.
Exemplos que não chegam para desfazer a percepção comum a quem trabalha no universo editorial. "Portugal não tem uma cultura do livro de bolso", acusa Lúcia Felizardo. O insucesso é, nesta perspectiva, "uma questão de mentalidade. As pessoas são reticentes face à má qualidade de muitos livros que foram editados neste formato e isso criou um estigma. Também o facto de não serem novidade, bem como a falta de divulgação das colecções". Mário Sena Lopes, director de Actualidades da Dom Quixote, aponta o dedo a quem está no mercado. "O livro de bolso não tem sido uma aposta sustentada nem consistente." António Chaves, da Livros do Brasil (detentora da Vampiro), fala da "noção pouco utilitária" que os portugueses têm do livro como uma das causas de insucesso do pequeno formato.
A estes argumentos há que juntar os custos cada vez mais elevados dos espaços comerciais, o que, aliado ao número de títulos que se publicam (16 mil em 2005), leva a que cada centímetro de exposição seja cuidadosamente calculado pelo livreiro, que, na soma de todas as parcelas, não se sente estimulado a vender livro de bolso. "O que não está exposto não vende. Os livreiros estão a sempre a fazer contas: quantos livros de bolso terão de vender para substituir outro livro nas prateleiras."
São pois múltiplas as razões que levaram a Fnac a suspender - ainda que a prazo - a sua colecção; a Livros do Brasil a alterar a periodicidade da Argonauta (um clássico na área da ficção científica); que fizeram a Ambar de Bolso a ser descontinuada ou levaram a Caminho a parar de editar "os livros de capas azul e preta" de ficção científica e policial... A consequência é o recuo num investimento que muitas editoras anunciaram em 2001, 2002, mas que, como alguns fazem questão de sublinhar, não significa uma desistência. A Fnac já tem pensados os títulos para uma nova colecção. "É uma experiência na qual acreditamos. Penso que daqui a uns anos o livro de bolso pode ser um sucesso. Só que desta vez a decisão dos livros a editar não ficará a depender do catálogo de uma editora, ao contrário das parcerias anteriores. Queremos ser nós a propor títulos", adianta Lúcia Felizardo.
Ao contrário da Asa, que não planeia para já avançar com mais títulos de bolso depois da parceria com a Fnac, a Dom Quixote não descarta a ideia de lançar uma nova colecção em formato de bolso. Primeiro é preciso escoar o excesso criado, justifica Sena Lopes, que atribui à colecção o mérito de ter ajudado a desmentir a ideia do livro de bolso enquanto produto desclassificado. "O problema", confessa, "foi a escala." No primeiro ano já estávamos a reeditar cerca de 20 por cento dos títulos. Mas depois quis-se ir depressa de mais."
Num contexto de periodicidade irregular, editaram há duas semanas O Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco, com prefácio de Vasco Graça Moura. "É preciso enriquecer estas edições", defende. E ter um mínimo de vendas que garanta a viabilidade do conjunto. "A experiência que temos de livros de bolso no estrangeiro é de um escoamento muito regular. Os livros não desaparecem como aqui, canibalizados pelas novidades."
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