12/07/06

Assessores vs. Funcionários públicos

A Câmara Municipal de Lisboa, ou melhor, o seu presidente e vereadores, são assessorados por cerca de 200 técnicos. Esses técnicos para garantia do seu ganha-pão, vão ser remunerados, a recibo verde, com cerca de 8 milhões de euros. Só para dar exemplos, Carmona tem no seu gabinete cerca de 60 assessores, a vereadora do urbanismo tem 20 e poucos. Sócrates terá tantos?

Quem serão estes técnicos? Quem serão estes nomeados que encostam à parede a “prata da casa” da câmara - aquilo tem funcionários, engenheiros, arquitectos e juristas, ou não? Quem serão estes escolhidos e desejados que, na sombra, asseguram o sucesso dos políticos e consequentemente a política municipal?

São na maioria, apenas cidadãos anónimos, tal como nós…, só que tiveram a fortuna ou felicidade de conhecer o político certo na hora certa, e já agora, no local certo! Bastou-lhes a seguir agitar o livrinho dos recibos verdes!

8 milhões de euros! Bem sei que a capital é outro mundo, mas existem câmaras cujo orçamento (anual) consegue igualar este valor. E note-se também: este pagamento aos técnicos compreende o período de Novembro/2005 a Junho/2006 - são 6 a 7 meses.

O presidente Carmona tem noção desse exagero e vai reduzir a despesa em 20%. Pelos vistos já reconheceu que os gabinetes têm muita assessoria.

2 comentários:

NLivros disse...

Deixa-me contar-te esta história que ocorreu comigo quando eu tinha uns 18 anos.
Na altura conhecia uma série de pessoal que fazia parte da JS e, como até simpatizava com o partido, ouve um deles que me convidou para entrar para a juventude, dizendo:"É pá, entras para a J., colas cartazes de vez em quando e mesmo que não entres a fundo na política, irás conseguir sempre um bom emprego com a cunha do partido".
Isto é verdade e há muito que compreendi o alcance daquelas palavras, pois e é curioso que esse mesmo pessoal, a maior parte dele sem qualquer curso superior, são quase todos funcionários de juntas de freguesia ou de associações partidárias.
É triste, ainda mais quando depois se vêm ataques à administração pública por, elegadamente, haver muitas despesas!!!
Um abraço
Nuno

Victor Figueiredo disse...

Histórias e memórias das Juventudes partidárias...
Quase todos começam assim! Existem, no entanto, outros que crescem em partidos sem colarem um cartaz, não chegam a sentir bem o cheiro das bases.
A partir daí, umas boas esfregadelas de cola na parede, mas sobretudo nas botas de alguns, em lustro, é sempre a galope...
E depois, venham as juntas, e venham as câmaras!
Um abraço
Victor