23/08/06

"Portugal não é um país pequeno"

Há cerca de 50 anos atrás, difundia-se pelas escolas e outros locais, juntamente com os célebres livros de leitura da 1.ª, 2.ª, 3.ª e 4.ª classes – cuja capa da 3.ª é belíssima, diga-se – imagens propagandísticas da doutrina do estado
novo e da grandeza do país. A cartografia do Secretariado da Propaganda Nacional ficou conhecida pelo célebre mapa encimado pelo título: Portugal não é um país pequeno”.
A ideia era simples, mas brilhante simultaneamente, pois cumpria os propósitos pedagógicos de educar as
mentes dos mais novos e de fazer
perceber
aos mais leigos a vastidão de Portugal em termos territoriais, no qual eram englobadas as “parcelas” ultramarinas sobrepostas à Espanha, França, Alemanha, e à maioria dos países da Europa de leste. O império português aparecia com um somatório de 2.168.071 Km2.

Em 1975 voltou a ter os merecidos 89.106 Km2 de sempre, incluindo os Açores, a Madeira e o Algarve!

6 comentários:

Anónimo disse...

Tive um livro desses. Aliás não havia escolha era o tempo do Livro único.
Os livros passavam de filho para filho. Sempre ficava mais em conta aos pais...
Depois desse tive muito outros e ainda continuo a comprá-los.Apesar das novas tecnologias o livro nunca: avaria; apanha vírus e outras incomodidades.

P.S. - Em AJ está mais uma ligação.
Continua a ser um amigo fiel!

Anónimo disse...

Mais outra aqui fica:

http://www.segundarepublica.com/index.php?opcion=2&id=22

Bem-haja e desculpe o "abuso"!

AJ

Cazento disse...

Viva, Víctor!

Também eu tive um livro igual a este, aliás acho que ainda o tenho algures guardado numa caixa com outras relíquias de há 40 anos. Eu ainda apanhei esse tipo de educação escolar em pleno Salazarismo.
E ainda me lembro que em 1973 no tempo do Marcelo Caetano, cheguei a brincar com um autocolante que dizia: "Muitas Raças, um Só Povo, Portugal".
Lembro-me que houve algumas pessos que, veladamente, criticaram esse autocolante e eu na altura tomei na minha consciência nota daquela atitude mas não percebia o porquê. Em pouco menos de 1 ano com o 25 de Abril, viria a perceber a razão.

Portugal foi grande, sim, grande em território e também noutras dimensões. Hoje, sem que possua todos esses territórios, continua a ter em cada um deles um bocadinho de Portugal. Portanto, Portugal hoje continua a estar de alguma forma espalhado por um vasto território. Portugal hoje é pequeno não tanto em território mas sim, e infelizmente, na mentalidade.

Um abraço,
João

Victor Figueiredo disse...

Mais uma vez agradeço os links que tem fornecido; devido ao seu valor histórico complementam outros documentos, que pontualmente, interpretam alguns acontecimentos importantes na vida de Viriato, de forma diferente daquela que conhecia.
Este último, tem de facto um início auspicioso, e que prende logo.

Quanto aos livros da "primária" já não sou desse tempo, embora tenha, na casa que me viu crescer, alguns exemplares, nomeadamente o da 3.ª classe. Já vi reedições, mas o preço desencorajou-me. Para já, fico pelos outros, velhos e bolorentos :)

O que diz é uma grande verdade; de facto o toque, o cheiro dos livros, e essas vantagens relativamente aos e-books, conservam ainda uma paixão bibliófila. Porém, a evolução - para melhor ou pior - aponta para um uso do formato digital, que tende a generalizar-se.

Um abraço, e comente sempre que entender

Victor

Victor Figueiredo disse...

Viva João!

Guarde esse livro! É uma autêntica relíquia (agora lembrei-me do Eça, andei a lê-la há uns tempos, eheh), quiça daqui a uns anos não será de valor inestimável!

Dolosos tempos esses, em que o estado omnipotente, impunha princípios e ideias, e viam-se críticas do povo contra essas "verdades", quase dogmáticas! Realmente, para os gaiatos não era de fácil entendimento!

Em absoluto! Subscrevo esse último parágrafo. Ainda agora se viu o nosso governo naquela novela da cobertura televisiva dos incêndios. A RTP disse - yes, sir! -, as outras seguiram as suas linhas editoriais mais ou menos "independentes"! (serviço público...)

Um abraço,

Victor

Anónimo disse...

Os meus serviram para o meus irmão e infelizmente já não os possuo.
As réplicas são muito caras e os antigos que se encontram, por vezes, à venda nos alfarrabistas esses então...

AJ