25/09/07

Quem já não atura elogios ao Râguebi levante a mão *

Sou da mesma opinião, o que é demais cheira mal. Cheira mal e é estranha esta súbita paixão que atacou parte da blogosfera.
Não ignoro que a selecção seja amadora e que nunca tenhamos ido a um campeonato do mundo, agora possível graças ao sacrifício e ao admirável espírito de equipa. Mas por não dever ignorar esse feito, não significa que deva prestar um serviço continuado de adoração como muitos bloggers e jornalistas, muitos deles leigos na modalidade, fazem em torno dos nossos Lobos, quando estes levam cabazadas atrás de cabazadas como se fossem mártires ou azarados.
Não são nem uma coisa nem outra, e a modalidade para crescer cá no cantinho não necessita dessa ajuda descabida. Como tal não os carreguem ao colo, até porque são bem pesados e além disso srs. doutores e srs. engenheiros aguentam bem as amarguras de derrotas por 108-13, como sucedeu contra a Nova Zelândia.
Mas pronto, já sei que a febre vai passar mal sejam retirados os prolongamentos dos postes, voltando tudo ao normal, até as balizas voltam a ser rectângulos deitados. Quando o campeonato acabar, só vai dar crónicas sobre o "cantinho do hooligan"; Porto para aqui, Benfica para acolá, etc e tal. O Uva, o Morais e a companhia, vão cair num esquecimento injusto e cruel. Então para quê este delírio colectivo?

* título retirado do DN de hoje.
Adenda: no último jogo com a Roménia mais um objectivo falhado. Os romenos estavam ao nosso alcance, estávamos galvanizados e perdemos por 14-10. O campeonato, a meu ver, não foi brilhante. Boys come back home, you´re welcome.

7 comentários:

Eva Lima disse...

É que já nem posso ouvir falar em lobos. Até uivo.

E quanto ao fervor a cantar o hino, não é nada de novo na história: os imberbes mandados para a frente de combate pelo Stalin e pelo Hitler também choravam a cantar os respectivos hinos.

Anónimo disse...

há os portugueses de mérito e depois há uns outros que só dizem merda e só atraem ainda mais merda. bardamerda para as ovelhas negras do nosso portugal.

Victor Figueiredo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Victor Figueiredo disse...

Subscrevo, na generalidade, o que o ilustre anónimo diz e sem quaisquer bardamerdices.

Anónimo disse...

Mérito houve-o no apuramento para o campeonato. Louvou-se o feito na devida altura. Agora, durante estes 4 jogos houv um grande enriquecimento. Era bom que fosse explicado, que mérito é que houve aqui?
Aproveito e questiono porque não se faz o mesmo com a nossa selecção de atletismo? ou outras?
ZT

Cazento disse...

Ahahahaha!!!

Este post e o outro no outro lado já me fizeram soltar algumas gargalhadas.

De facto tem toda a razão, Víctor, e isto que aqui aponta é tudo verdade, mas por um lado acho que até se tolera, uma vez, segundo me parece, foi a primeira participação de sempre de uma equipa amadora e portuguesa.

Confesso que ao pricípio até vi com bons olhos a publicidade positiva em torno deles, pois ajudou a popularizar a modalidade e isso também lhes grangeou apoios publicitários, o que é excelente para eles e para a modalidade.

Agora é óbvio que houve uma desproporcionalidade muito grande em relação aos elogios que lhes fizeram, face aos resultados obtidos, é claro.

Mas pronto, se calhar serviu um bocado para nos desenjoarmos do futebol, que isso sim, por muito que se goste, já enjoa de tanto ver sempre as mesmas caras e ouvir sempre os mesmos indivíduos a dizer sempre as mesmas banalidades sobre Futebol a toda a hora para onde quer que se sintonize a TV.

Um abraço,

João

Victor Figueiredo disse...

Assim seja, João! Mas aquilo deixa-me emocionado!
Agora, o râguebi, na altura em que a RTP passava o torneio das 5 nações (há uns bom vinte anos), ainda trouxe alguma visibilidade à modalidade. O mesmo sucedeu com o Basebol. Mas, nem um nem outro me agarraram.
Para este mundial, uma coisa foi o apoio e a propaganda associada. Outra coisa foi o exagero absurdo a que se chegou. Elogios espontâneos em demasia, cheiram mal, cheiram a esturro. É muito forçado. Não faz sentido. É muita emoção sobre uma modalidade que não tem raízes na nossa cultura...

Uma coisa: gostei de ver a força do Chabal da formação francesa. Uma força da natureza.

Abraço,

Victor.