Critérios editoriais
Ou seja, o critério é o seguinte: de quem é que os portugueses têm mais inveja de momento? De um ex-primeiro-ministro ou de um ex-treinador do Chelsea? Daquele que diz aos portugueses "esperem por mim" ou o que diz "para Portugal não, por agora"?
Não sei como é que o acontecimento de um treinador multimilionário descarregando as suas malas na Portela, tem mais importância que o comentário de um ex-primeiro-ministro sobre este período de crise generalizada! E de todas a mais preocupante é a crise que assola a mentalidade dos nacionais, editores de programação incluídos.
Dar asas ao imaginário é mais fácil e reconfortante. Imaginarmo-nos na pele de um rico e famoso que veio ao país natal passar dois meses de férias, é muito mais simples para o português médio, do que pensar nos problemas do país e na saída para eles. É assim que alguns pensam (ou a maioria, já nem sei...) sobre o que querem e o que precisam os portugueses.
2 comentários:
Penso que se compreende na medida em que os portugueses não elegeram Santana Lopes, não gostaram do seu governo e o acusam, a ele e ao seu partido, de grande responsabilidade na crise nacional actual. Se nos limitarmos a esta análise, percebe-se que José Mourinho é naturalmente mais admirado pelos portugueses (e olhe que eu nem gosto de futebol, mas ainda gosto menos do Santana Lopes).
Eu acho que a questão aqui foi o "breaking-news" da chegada de Mourinho. Nas últimas semanas foi uma das pessoas mais mediatizadas e agora sempre que abre a boca convém fazer um directo...
Mesmo adoptando esta estratégia editorial deveriam abrir excepção para Santana Lopes, tal como o fariam, por exemplo, com Guterres. E este também ajudou, e muito, a cavar o buraco em que estamos metidos.
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