21/10/06

A Fórmula De Deus

Ao que parece, José Rodrigues dos Santos, no lançamento deste seu último livro, não recorreu, até ver, a grandes campanhas publicitárias. As mesmas que o ajudaram a catapultar para o grupo dos best-sellers nacionais. É certo também, que o homem transmite simpatia, além disso é pivot da RTP e um excelente jornalista. Isso ajuda, e não é pouco.
Neste novo livro, uma vez mais o jornalista/escritor fez bom uso dos rios de informação que lhe passam pelas mãos enquanto observador privilegiado na hierarquia do canal público de televisão.
Desta feita saiu
A Fórmula de Deus – título magnânimo que abarca quase tudo no universo – levando o leitor, na companhia do inefável prof. Tomás Noronha, até ao Cairo, a Israel e ao Irão, numa abordagem a grandes temas da actualidade, como o nuclear, que inquietam e suscitam curiosidade nos hipotéticos e periclitantes leitores. As questões espirituais são introduzidas e vistas sob uma perspectiva que mistura na sua fundamentação, para além da metafísica, as ciências exactas por intermédio de uma fórmula de Einstein! A prova científica da existência de Deus! Isto cheira a física, e bastante.
Após uma breve leitura de algumas páginas, fui ler o que os jornais diziam, e constatei que houve uma revisão científica do livro - aliás, só podia - feita por professores universitários da Universidade de Coimbra. Será por isso que a história vai até às margens do Mondego e à belíssima Biblioteca Joanina da (minha saudosa) Universidade de Coimbra, com mais de 100.000 livros?
É (re)utilizado o estilo literário mais badalado nos últimos tempos: intrigas à Dan Brown, com enigmas como veículo para percorrer a estrutura do romance. O mesmo veículo do Código Da Vinci e do Codex
632. Desconfiança? Talvez. Porém, a mesma desconfiança senti eu há um ano, depois de muito martelarem em códigos e derivados, aventurei-me,
comprei e li o Códex 632, e digo o mesmo que na altura disse: subtraindo alguns episódios cunhados pela índole pessoal do autor, surpreendeu-me pela positiva a escrita simples, o rigor, a criatividade e a capacidade de narração. Agora com esta Fórmula, J.R.S. aventura-se na pesquisa histórica e sobretudo, nos campos da física e matemática. Estes últimos, desconhecidos e pantanosos para um jornalista. Todavia, os professores da universidade deverão ter feito um bom trabalho científico, que com muita acção entremeada, ao estilo de Rodrigues dos Santos, surge nos escaparates mais um potencial best-seller.
Bom, mas pelo menos, este lançamento já teve o condão de me afastar do “
O Último Papa” de Luís M. Rocha, cuja apresentação assisti na Livraria da Praça. A conversa, para alguns dos presentes, até poderá ter sido interessante sob o ponto de vista da história do Vaticano e das instituições financeiras sob o seu domínio. As intrigas, os interesses, etc…, quem não gosta de uma boa intriga? Porém, o discurso do autor foi inconsistente e pobrezinho na argumentação. Não me convenceu.
Quanto a este O Último Papa estamos conversados, estas notas finais dão uma ideia acerca do romance (não ficcionado) mais esperado em 2006, como o apelidou o editor...

10 comentários:

Anónimo disse...

dos Santos
A literatura do Rodrigues dos Santos já começa a soar um pouco a repetição, usando as mesmas receitas. Li o primeiro do prof. Tomás Noronha, mas a sequela não vou ler.

Anónimo disse...

Porque é que estes romances incidem sobre coisas tão grandes que nos transcendem? Quanto maiores forem, maior é o mistério, logo mais vendem? That´s the secret!

Victor Figueiredo disse...

Boa observação essa última, de facto, quanto maior o mistério, maior o interesse e a curiosidade dos possíveis leitores/compradores.

Rodrigues dos Santos, com esta(s) temáticas, JRS, carregou muito a albarda, e não sei se teve arcaboiço para tamanha tarefa da explicação de Deus através de uma fórmula. Espero que tenha sido bem assessorado na física...

paco disse...

tirando o tipo de impressao que está uma fatelice , e ainda por cima pela Gradiva, muita tinta no papel e os versos das pags veem-se demasiado , pouco cuidado, tb é para a maralha se entreter...
de resto ainda vou a 1/3 da história, agora dá pa entender... que o narrador tem arcaboiço , na fosse ele um retornado de Mz... 'só podia !!!
Tá-se bem!!

Anónimo disse...

opiniao pessoal seria gratificante depois da leitura do livro nao antes. Se nao quer ler nao o faca

Anónimo disse...

Já li o livro e gostei muito, visto acreditar em Deus e na sua existência fico muito contente por mais uma vez a ciência admitir que há um criador o que prova que a Bíblia é de facto, verdadeiramente a palavra de Deus e que ela própria já havia confirmado essa fórmula.

Anónimo disse...

Já o li, e com muita pena minha conclui que se trata de um plágio de uma obra que Isaac Asimov escreveu na década de 50 do século XX, intitulada "The Last Question".

É esquisito que o JRS tenha feito tanta investigação sobre o assunto e que não tenha tentado fazer uma simples busca no google por "Let there be light" science fiction".

Mas mais esquisito é a sua editora não o ter feito.

Agora de genial isto não tem nada.
O estilo cinematográfico de literatura está na moda, começou pelo que me lembro com o mestre da espionagem Tom Clancy (A Caça ao Outubro Vermelho), antes de o dinheiro lhe ter subido à cabeça e desatar a escrever tralha atrás de tralha.

Depois apareceu o Dan Brown, que lá foi evoluindo, de tema parvo em tema parvo com tramas completamente cretinas (sim, já li tudo dele) até pegar numa coisa realmente polémica, como o Anjos e Demónios que fez as pessoas acreditarem no formato do estilo literário. Depois largou a bombinha chamada Código Da Vinci, que tanta tinta já fez correr.

Quanto a JRS, confesso que gostei imênso das obras anteriores, agora nesta, espetou-se ao comprido.
Não no tema em si, que tem sido amplamente discutido pela comunidade ciêntifica, mas no facto de ter pego na ideia de um mestre da ficção ciêntifica e por acaso ciêntista, falecido recentemente, e sem sequer lhe reconhecer a autoria da ideia, desatou numa verborreia de doidos que culminou neste livro da treta.

Ainda por cima não vem com nada de novo em termos literários, pegou num personagem conhecido, misturou-o com uma ciêntista iraniana que devia figurar nos anais da playboy e com quem se envolve sexualmente (já a falsa estudante do Codex 632 com quem o professor Noronha se envolvera era acima da média, é um sortudo este professor:) ).

Mistura terroristas do Hezbolah a vir a Portugal raptar um conhecido ciêntista, que tinha sido "apenas" pupilo de Einstein.

Vai parar ao Irão e anda por lá às cambalhotas, metido em intrigas de espionagem, envolvido com agentes mentecaptos dos serviços secretos iranianos e norte-americanos, o que é estranhíssimo diga-se, e nunca envolvendo a Mossad, que é apenas quem mais tinha a perder na história toda e quem muito provavelmente teria os meios e as razões mais que suficientes para extrair um tuga que andava a investigar algo que o pupilo de Einstein investigara, e que poderia dar uma arma nuclear de fabrico barato ao Irão...

Enfim, é desconhecer completamente a realidade dos serviços de informação do médio oriente.

Fiquei triste, confesso que fiquei triste... e sinceramente esperava muito mais.

Anónimo disse...

Eu, digo apenas que: ADOREI!!!

Anónimo disse...

Qt `Formula de Deu, considero um livro interessante de alguma relevância cientifica, sim pk n é qq um q domina aqueles assuntos. O codex, é um pouco mais acessivel, mais envolvente, puxando um pouco mais pelo nosso nacionalismo, inato a qq um. O "ultimo papa" é intrigante, interessante e marca . enfim todos eles são livros que se incluem numa mm linha, tipo Dan Brown, mas q por isso n perdem o seu prestigio.
sandra-cep@portugalmail.pt

Anónimo disse...

Gostei muito , mesmo muito deste livro, é um livro que tenta ser leve com temas muito complexos , não é facil mas o JRS consegue neste livro contar uma historia que no minimo poderia se tornar aborrecida para não falar de completamente virtual , e conta-as num degradé que até o mais incredulo leitor a lê e no minimo fica a pensar , dou-lhe os meus parabens por este magnifico livro , e aconselho qualquer pessoa a lê-lo , pois parece-me que o objectivo deste livro não é dar uma ideia ao leitor é fazê-lo ter uma só sua . veiga.dario@gmail.com