12/09/06

O 11 e o 12 de Setembro

O que é que mudou no mundo?

Porque é que nos fazem essa pergunta no dia 11 de Setembro? Porque é que se impõe isso no quinquénio? Porque não no septénio? Porque não no dia 12 de Setembro?
Porque, quer queiramos, quer não, estamos naquele que designam de mundo ocidental, o lado onde há uma CNN e uma BBC. O lado onde está radicada a piedosa e temerosa religião cristã, e porque nos pode acontecer também, em qualquer dia, o mesmo que em Atocha, ou no underground de Londres, ou nas torres gémeas. Lembram-se do cartaz da base das lajes nos Açores? O Barroso também lá estava, ao lado de Aznar, de Blair e de Bush. Mas subsiste a dúvida: será que fixaram a imagem do nosso primeiro-ministro?...talvez, hoje ele é presidente da C.E., mas faz mais “sala” na sua casa europeia de Bruxelas do que outra coisa...
No essencial não mudou nada. De 2001 para cá, no nosso rectangulozinho, só vimos passar algumas fugazes imagens de pessoas em pânico no metro de algumas capitais – mortos também, é certo - só sentimos a cor aos terroristas, ouvimos falar de conspirações e saboreámos um euro e um mundial, queremos feijoadas à semana e sardinhadas ao fim, e com os 3 grandes na Liga dos campeões encerramos até à consoada.
Hoje dia 12, depois de desligar as televisões, arrumar os jornais e fechar os blogs, voltámos para a modorra, para as dívidas ao banco, para os manuais escolares, para a ministra que quer tramar os professores, para o novo bloco central que esqueceu o combate à corrupção, para a contagem dos trocos que (ainda) vêm da U.E....
No essencial tudo se mantém, o nosso egoísmo, o esquecimento a que votamos os refugiados, os sub-nutridos, os filhos dos homens que nunca serão meninos...Será que ainda há esperança? Hoje dia 12, eu acho que sim...

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