18/05/06

Quanto mais me bato, mais gosto de mim


Ora com licença, com licença, que esse lugar é meu! Acendam os holofotes, e façam o favor de se ofuscarem com o meu brilho!... Era o que ansiava o autor do novo livro Sob o Signo da Verdade.

Mas ficou-se pela celemência (!) e pela compreensão, para que fique ficasse tudo como dantes. É só o que pede o ainda mediatizável prof. Carrilho, como que resgatando o seu lugar ao sol entretanto perdido quando se misturou com a plebe em bailaricos de bairro, e apertos de mão de rua durante a campanha. Mas, sobretudo, durante a travessia do deserto gelado que foram estes 6 últimos meses.

É de recordar que a 29/04/2006, muitos dos autarcas celebravam já o primeiro semestre dos mandatos. E agora, Carrilho, sem nada para celebrar, regressa erguido do chão num " Cá estou eu " literário, mobilizando no posfácio notáveis como Saramago, com palavras galvanizantes para o professor disparar ainda com força alguns tiros em certas direcções, demonstrando por outro lado, um amargo mea-culpa numa redundância que foi somente pólvora seca, sem nada surtir para além de uns inesperados ecos solitários na imprensa reaccionária.

Como é que é possível caber no mesmo texto, uma acusação a um colectivo e uma assunção de culpas, num discurso que esconde mal a vaidade e a arrogância, afinal os traços do Carrilho de sempre? Uma lúcida aposta falhada da D. Quixote, e uma desastrosa pré-campanha, vá-se lá saber para quê..., do prof. Carrilho

"In other words": um tiro no escuro com alto risco de ricochete. Já não consigo escrever mais, o tema está-se a esgotar, e nem por isso vou voltar à FNAC para ler o resto do livro.

1 comentário:

Anónimo disse...

Meu caro: descobriu tudo. O que o Carrilho quiz foi, simplesmente, colocar-se desde já noutra rampa de lançamento para um qualquer tacho (só ainda não percebemos qual).

Saloio