Amor em Tempos de Cólera - Gabriel García Marquéz
Uma novela à Gabo agora em cinema. Uma novela que me lembrou Memórias das Minhas Putas Tristes e que nos conduz à inevitável conclusão, ou melhor, àquele lugar-comum de que nunca é tarde para amar e que esse nobre sentimento tudo vence e tudo conquista.
Os apreciadores já sabem que quando se pega numa novela de Garcia Marquéz a história é contada com arte e mestria, que encanta quem lê de princípio ao fim. Neste "Amor", a prosa recai sobre o tema da velhice e dos sentimentos que nessa fase florescem, tal como acontece na puberdade ou na fase adulta. Só que com a pequena grande diferença destes ainda se descobrirem sob a capa de um rosto envelhecido e com rugas. No entanto, tal não significa que não sejam inocentes ou verosímeis, sendo por vezes cruelmente desvalorizados.
Cartagena de Indias, cartas de amor, uma paixão inesgotável entre Florentino Ariza e Fermina Urbino, uma epidemia de cólera que varreu a região no final do séc. XIX e um universo cultural colombiano. São estes os elementos onde assenta esta história rica em ambientes latinos, que vem pela mão de Gabo tomar a forma de mais um romance universal que ajudou a cimentar o realismo fantástico - a síntese do cunho pessoal que Marquéz aplica à escrita.
Resta ver o que nos reserva o filme que Mike Newell realizou com o laureado Javier Bardem, Fernanda Montenegro e Catalino Sandino Moreno (Maria Full of Grace), entre muitos outros actores e actrizes.
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