07/05/07

5.ª Feira do Livro em Vouzela

Visitei esta feira o ano passado. Confesso que o programa passou-me ao lado. Fui lá apenas pelos mesmos motivos que vou ao pavilhão Rosa Mota ou ao Parque Eduardo Sétimo, ou seja: por causa do livro.
Espera-se de uma feira, tal como eu espero, encontrar edições descontinuadas, títulos menos publicitados, promoções, apresentações e preços de feira. Não se espera de uma feira, uma exposição inflexível, edições recentes na sua maioria, e preços correntes. Este ano, 15 minutos bastaram para ver aquilo que vejo durante todo o ano na Bertrand, na Pretexto ou no Continente... Depois convenhamos que Vouzela não está na América. Encontra-se na NUTS III de um dos países mais pobres da UE sem hábitos de leitura, excepto quando um mediático casal se zanga... Em suma, vim-me embora.

A mim não me interessam "As Pequenas Memórias" a 8€ nem o José Rodrigues dos Santos a 24,50€. Nem a Asa apareceu com o seu preço azul como já é recorrente até na mais pequena chafarica comercial com caixas automáticas...

Salve-se o programa que celebra a festa do livro em Vouzela, apesar das pessoas entrarem e saírem da tenda de mãos vazias...

Adenda
: foi-me afirmado, por um colaborador da Pretexto (2 meses após esta feira), que os livros estavam com 15% de desconto. Muito francamente no dia em que lá estive não me pareceu, e eu não ando nisto há 15 dias.

foto daqui.

2 comentários:

NLivros disse...

Viva Victor.

Sobre esta Feira do Livro e agora que elas começam a surgir um pouco por todo o país, apraz-me sempre elogiar tanto esta como qualquer outra, sobretudo porque é sempre um incentivo à leitura e altura onde, pelo menos, se fala do livro.

Porém tocas num ponto sensível e no qual eu já foquei, pois considero um ponto, entre uns poucos mais, que devem ser analisados.

Como tu referes, e bem, numa feira livro quer-se edições descontinuadas, livros em 2ª mão ou edições antigas, raras, etc. Mas o que se vê, em qualqer feira, são livros novos a preços normais, pois essa dos desconto de 10% é uma grande treta, visto que, durante todo o ano, a Fnac faz esse desconto assim como qualquer hipermercado.

Por outro lado, e eu sou um frequentador da feira de Lisboa, Cascais e Sintra, o modelo está completamente esgotado assim como ausente de interesse a generalidade dos programas. Volto a repetir que as feiras são de louvas, mas já é altura dos organizadores repensarem essas feiras. Para não falar dp próprio local, quanto a mim o Parque Eduardo VII não se coaduna com uma feira do tipo.

Mas enfim, como está não faz sentido. Não faz sentido passarmos nas editoras e vermos os livros que vêmos durante todo o ano com o mesmo preço. E, embora eu vá a esses feiras por causa deles, já quase não faz sentido a presença dos alfarrabistas, pois nem aí os preços são mais acessiveis, sendo sim se nos deslocarmos, durante o resto do ano, a um qualquer alfarrabista, aí sim, encontramos grandes pechinchas.

Um abraço
Nuno

Victor Figueiredo disse...

Viva Nuno!
Concordo em pleno com o que dizes. Este modelo está esgotado.
A ver vamos como é que corre esta temporada. Esta época do ano é-me muito especial. A primavera e as feiras do livro com saídas à noite para espreitar os livros nos stands a céu aberto, e depois ir beber um copo numa esplanada...com o mofo do inverno para trás...
30% é o lucro dos livreiros, se não fazem promoções nesta altura, quando é que fazem? Parece um absurdo!

Um abraço e boas leituras,

Victor