11/11/06

As pequenas memórias

As pequenas memórias de José Saramago; um livrinho que relata a sua vida até aos 15 anos, ao que parece já andava, há muito, a ser pensado pelo "ribatejano". Foi agora parido. Refiro o episódio onde vem à baila a história dos apelidos, porque Saramago foi baptismo, segundo este refere, de um funcionário bêbado do Registo Civil. E pelos vistos, teve sorte, não ter saído um nome como: José Caralhana, José Pichatada ou José Curroto.
Um excerto de um capítulo:
«Creio que a ocasião é boa para falar de um outro episódio relacionado com o meu aparecimento neste mundo. Como se já não fosse suficiente o delicado problema de identidade suscitado pelo apelido, um outro se lhe tinha vindo juntar, o do dia do nascimento. Na verdade, nasci no dia 16 de Novembro de 1922, às duas horas da tarde, e não no dia 18, como afirma a Conservatória do Registo Civil. Foi o caso que o meu pai andava nessa altura a trabalhar fora da terra, longe, e, além de não ter estado presente no nascimento do filho, só pode regressar a casa depois de 16 de Dezembro, o mais provável no dia 17, que foi Domingo...». Mais um de J. Saramago, o tal da aldeia da Azinhaga. 150 páginas com Histórias a ler, que não "cabem na toca de um dente".

2 comentários:

Nevrótica Aluada disse...

Até lia, tendo em conta o Ensaio sobre a Cegueira e o Memorial do Convento mas… não lembra ao diabo ler as memórias do Saramago! Estou sem pachorra para finais de carreiras literárias e visto que os outros dois títulos que mencionei já o eternizam, “terminus pendeo in exordium”.

Opto por “rápida, a sombra” de Vergilio Ferreira, quanto a mim, um dos melhores escritores portugueses.

Victor Figueiredo disse...

:)
Plenamente de acordo com o último parágrafo!

Mas os finais de carreira (se é que existem) não sublimam a essência do escritor?

Por exemplo, eu, adorei as "intermitências"!