A restauração e a simpatia
Os restaurantes, ou os locais onde se come qualquer coisa na pausa para almoço, para além de serem o telhado onde recobramos as energias, têm também um papel convalescente, exactamente a meio da penosa jornada.
Mal saímos das 4 paredes do espaço de trabalho, os ares da rua, especialmente os desta estação, dão-me a mesma disposição de quem chega a uma praia após 3 meses de Inverno e o mesmo apetite da beira-mar.
Mal saímos das 4 paredes do espaço de trabalho, os ares da rua, especialmente os desta estação, dão-me a mesma disposição de quem chega a uma praia após 3 meses de Inverno e o mesmo apetite da beira-mar.
No seu caminho, pelo meio das ruas, ainda encontramos outros motivos de interesse, mas não nos dispersemos e por isso vamos ao que realmente é importante.
Chegado à casa de pasto, dá-se início aos rituais naquele ambiente de bons aromas. Escolhe-se a mesa e instalamo-nos à espera do repasto, enquanto lemos os jornais e espreitamos a SIC notícias.
Para variar, hoje fui a uma “tasca” nova que me foi recomendada por amigos, e confesso que fiquei impressionado com o atendimento. O dono, que também “atendia”, revelou-se exímio e cuidadoso na linguagem utilizada. Depois de nos receber e de lhe ter sido perguntado o prático “o que é que está a sair?” para quem estava com pressa, como era o caso, foi-nos respondido o seguinte: “Olhe,… há picanhazinha, franguinho assado e arrozinho de pato. O que é que vão desejar?”. “ Eu vou no franguinho!...”, atalhei eu.
Quando chegou o franguinho já a garrafinha de água estava sozinha na mesa, o que me fez sentir a falta de uma salada. Vai ele: “Concerteza, então sai uma saladinha!...”. As cenas seguintes, entre risos bem dispostos, foram uma sequência de diminutivos afectuosos relativamente ao produto que saía da cozinha do homem, como se necessitassem de um carinho especial por serem para ele o melhor banquete das redondezas, e por isso merecessem uns ridículos “inhos” em tom elogioso, a eles, ao restaurante e ao serviço.
Ao fim, abreviei o discurso do homem e pedi de um fôlego só o cariocazinho e a seguir a continha com a facturinha. Paguei, despedi-me e vim-me embora. E à medida que ia saindo ainda ouvi um fugaz excerto da mesma ladainha: “ora aqui estão os mousseszinhos…” (acho que é assim que se escreve, porque dizer não é difícil, especialmente agora para mim após estas aulas com estes vocábulos novos).
Chegado à casa de pasto, dá-se início aos rituais naquele ambiente de bons aromas. Escolhe-se a mesa e instalamo-nos à espera do repasto, enquanto lemos os jornais e espreitamos a SIC notícias.
Para variar, hoje fui a uma “tasca” nova que me foi recomendada por amigos, e confesso que fiquei impressionado com o atendimento. O dono, que também “atendia”, revelou-se exímio e cuidadoso na linguagem utilizada. Depois de nos receber e de lhe ter sido perguntado o prático “o que é que está a sair?” para quem estava com pressa, como era o caso, foi-nos respondido o seguinte: “Olhe,… há picanhazinha, franguinho assado e arrozinho de pato. O que é que vão desejar?”. “ Eu vou no franguinho!...”, atalhei eu.
Quando chegou o franguinho já a garrafinha de água estava sozinha na mesa, o que me fez sentir a falta de uma salada. Vai ele: “Concerteza, então sai uma saladinha!...”. As cenas seguintes, entre risos bem dispostos, foram uma sequência de diminutivos afectuosos relativamente ao produto que saía da cozinha do homem, como se necessitassem de um carinho especial por serem para ele o melhor banquete das redondezas, e por isso merecessem uns ridículos “inhos” em tom elogioso, a eles, ao restaurante e ao serviço.
Ao fim, abreviei o discurso do homem e pedi de um fôlego só o cariocazinho e a seguir a continha com a facturinha. Paguei, despedi-me e vim-me embora. E à medida que ia saindo ainda ouvi um fugaz excerto da mesma ladainha: “ora aqui estão os mousseszinhos…” (acho que é assim que se escreve, porque dizer não é difícil, especialmente agora para mim após estas aulas com estes vocábulos novos).
2 comentários:
Oh Victor, muito me ri com este teu post...parecia que estava a ouvir a dita ladaínha de inhos e zinhas dos tasqueiros!
Ah! Também já reparaste?!
Sem ofensa para ambas as partes, o homem até parecia um cigano, e tornou-se ainda mais curioso por ser um restaurante (não uma tasca no verdadeiro sentido) bem decorado e com boa confecção! Valha-nos isso, esqueci-me de o referir ;)
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