04/06/06

O livro, no Porto

A feira é do livro, e realiza-se no pavilhão Rosa Mota acrescentado de um outro provisório em lona plastificada, num mês de calor como é este de Junho, que favorece mesmo ao fim da tarde, um ambiente quente e pouco ventilado.

São cerca de 70 os participantes, por entre editores e outras entidades ligadas ao sector. Os editores e livreiros queixam-se das vendas e do público face ao ano transacto, no entanto nós "o público", também nos devemos queixar das poucas atracções tal como do fomento das mesmas.

Tirando os descontos de cerca de 20% nos lançamentos de alguns editores, e as sessões de autógrafos, apresentaram-se as habituais bancas corridas entremeando os títulos estandarte do editor com as crónicas peças de bolso a baixo preço, como habitualmente sucede na Asa ou na Europa-América, estendendo-se agora também à Dom Quixote. De resto, onde incluo os velhos clássicos dos Livros do Brasil de saída dos circuitos (aquela composição bicolor das capas já aborrece...), não vi nada de nota que me tivesse despertado a atenção.

Aos alfarrabistas, é-lhes vedada a participação, contrariamente à política de Lisboa que decorre em simultâneo.
Como não sou rato de feira, acabo sempre por não me dar por satisfeito, servindo isto de alerta para o tom desta opinião.

Salvaguarde-se todavia, a presença de Angola como país convidado, que é motivo para o café literário do dia 29 de Maio, reunir nomes como Ana Paula Tavares, F. José Viegas, J. Eduardo Agualusa e Manuel Jorge.
A par desta mesa redonda, os esperados encontros entre escritores, são talvez dos poucos proveitos a retirar da feira, nomeadadamente os diálogos de gerações como o de sexta-feira dia 2 de Junho, entre Agustina e Inês Pedrosa, ou o de Domingo dia 4 de Junho, entre J. Saramago e Gonçalo M. Tavares.


Por isso, ao mesmo tempo que olho para o Tigre de Papel de Olivier Rolin e para o Dom Casmurro de Machado de Assis, as minhas “contratações para este ano, concluo com o “cumpriu-se” mais uma feira do livro do Porto.

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