16/06/06

Art of Poetry


Coloco ao serviço deste blog a ideia de um poema de Jorge Luís Borges, tal como o fez o Portugal dos Pequenitos. Obrigado

He cometido el peor de los pecados
que un hombre puede cometer. No he sido
feliz. Que los glaciares del olvido
me arrastren y me pierdan, despiadados.

Mis padres me engendraron para el juego
arriesgado y hermoso de la vida,
para la tierra, el agua, el aire, el fuego.
Los defraudé. No fui feliz. Cumplida

no fue su joven voluntad. Mi mentese
aplicó a las simétricas porfías
del arte, que entreteje naderías.

Me legaron valor. No fui valiente.
No me abandona. Siempre está a mi lado
La sombra de haber sido un desdichado.

Inscrevem-me muito estas constatações que me fazem reflectir sobre o destino e a fraqueza humana, e pouco as regras de auto-disciplina, sentenciosas.
Identifico-me também com outro poema:

A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar.
(Vinicius de Moraes)

Não esquecendo um outro texto, mais estóico:

Na vida de um homem, a duração é um instante; a substância, fluente; a sensação, embotada; o composto de todo o corpo, pronto a apodrecer; a alma, um turbilhão; o destino, um enigma; a fama, uma vaga opinião. Em suma, tudo o que respeita ao corpo, um rio; e a alma, sonho e fumo; a vida, uma guerra, um exílio no estrangeiro; a fama póstuma, o esquecimento. Que pode então guiar-nos? Única e exclusivamente a filosofia.”
(Marco Aurélio - Pensamentos para mim próprio – livro II)

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