Serviço Público na 2 - A Ponte de Todos
Há documentários que prestam um excelente serviço a quem espera assistir a boa televisão. Foi o caso do “A Ponte de Todos” na RTP2, um trabalho da jornalista Isabel Saint-Maurice que faz uma abordagem aos 40 anos da ponte 25 de Abril sob vários aspectos, desde o técnico ao social, incluindo o económico, o histórico e o urbanístico.
Estes sim, estes documentários são verdadeiras pontes que fazem chegar ao grande público – a 2, infelizmente tem pouco público – um caudal informativo e cultural.
Post scriptum: #1-Salazar não queria o seu nome dado à ponte; #2-Próximo da data da inauguração, num grupo de engenheiros junto à ponte, alguém comenta efusivamente com Salazar que o último piso de um hotel em Lisboa estava cheio de americanos para participar no evento: este, impávido e sereno, naquela voz “cândida” que Deus lhe deu, retorquiu: «A conta cá há-de cair…»
Estes sim, estes documentários são verdadeiras pontes que fazem chegar ao grande público – a 2, infelizmente tem pouco público – um caudal informativo e cultural.
Post scriptum: #1-Salazar não queria o seu nome dado à ponte; #2-Próximo da data da inauguração, num grupo de engenheiros junto à ponte, alguém comenta efusivamente com Salazar que o último piso de um hotel em Lisboa estava cheio de americanos para participar no evento: este, impávido e sereno, naquela voz “cândida” que Deus lhe deu, retorquiu: «A conta cá há-de cair…»
2 comentários:
Ora cá está, Víctor, foi este documentário que eu vi e que tinha referido da outra vez.
Adorei ver. Foi fantástico. O meu pai ainda chegou a trabalhar nas obras desta ponte antes de emigrar e bem me descreveu como foram feitos os "caixões" submersos para receber o betão. E como os homens não podiam andar lá muito tempo em baixo devido à pressão atmosférica incrementada para reter a água, e que lhes dava cabo dos ouvidos.
Apesar de a Vasco da Gama ser muito maior, parece que esta (a Salazar ou 25 de Abril, como se queira chamar), teve muito mais complexidade tecnológica na sua construção. Eis um aspecto realmente interessante.
Um abraço,
João
No fundo esta
Ena, extraordinário João, essa questão da pressão atmosférica para impedir que a água penetrasse nos ditos caixões. Acredito mesmo assim, que a pressão tivesse que ser diminuída cada vez que lá entrassem os operários, e teria que ser sempre em maré baixa - suponho eu!
Não conheço bem a construção da Vasco da Gama, mas lembro-me de uns apontamentos da 25 de Abril que mencionavam essa questão das fundações dos pilares, que salve o erro, eram das mais profundas que até então tinham sido executadas! Nós em engenharia demos e damos cartas, senão repare, em Angola e Moçambique ainda se erguem obras da altura das colónias que são excelentes referências na história da nossa engenharia: Caborabassa em Moçambique, os laçarotes da estrada Namibe na serra da Leba em Angola; todo o desenho urbano de Lourenço Marques e de Luanda.
Saíram imensos livros de capa dura - alguns recentes - ilustrados com fotos antigas das ex-colónias, reproduzindo todo o património das obras públicas, infra-estruturas, equipamentos, realizados pelos portugueses e pelos africanos nessas cidades e nessas províncias. Já faltou menos para comprar pelo menos dois: Angola e Moçambique, claro.
Um abraço,
Victor
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