29/08/07

Monte dos Vendavais de Emily Bronte considerada a melhor história de amor

É uma das obras mais estranhas e apaixonantes da literatura de língua inglesa. Monte dos Vendavais, de Emily Brontë, foi considerado por dois mil leitores, num top de vinte escolhas, a maior história de amor de todos os tempos, com Jane Austen em segundo lugar (Orgulho e Preconceito) e Shakespeare em terceiro (Romeu e Julieta). A irmã de Emily, Charlotte, surge em quarto lugar com o romance Jane Eyre.O estudo, que abrange apenas a literatura inglesa, foi subsidiado pelo canal UKTV Drama e revela como romances escritos há tanto tempo, muitos do século XIX, outros do princípio do século XX, ou mesmo do século XVI, a exemplo de Romeu e Julieta, continuam a apaixonar os leitores e leitoras do século XXI, conforme refere Richard Kingsbury, responsável por aquela estação de televisão britânica.

Emily Brontë (1818-1848) viveu com as suas duas irmãs, Charlotte e Anne, que escreveram sob o pseudónimo de Bell (Ellis no caso de Emily). Filhas de um pastor tirânico, Patrick Brontë, cresceram numa região desolada, num ambiente de perfeita união com a natureza. Monte dos Vendavais é a obra de uma jovem escritora que possuía sobretudo nela própria a inspiração. Pode e deve ser igualmente considerada um poema e está recheada de ingenuidades cintilantes e de intuições psicológicas penetrantes e por isso extraordinárias. Merece, pois, ser julgada como romance e poema, sabendo-se que serviu de modelo a algumas manifestações do romance pós-vitoriano.

O estudo, vindo a lume na temporada de Verão do canal UKTV Drama, que tem vindo a exibir filmes românticos, dá conta de que a maior parte dos leitores tem necessidade de uma fatia decente de ciúme, sexo - sobretudo os homens - e violência, a juntar a uma dose considerável de paixão e amor exigidos mais pelas mulheres.
Dentro dos livros, e não necessariamente na vida real, as mulheres desejam um homem tal como Darcy de Orgulho e Preconceito, mesmo tendo em conta a sua arrogância.Lágrimas, corações a bater, finais felizes foram também considerados essenciais pelos leitores. Quarenta por cento das mulheres precisam de livros românticos para se sentirem melhor, 15 por cento por razões nostálgicas e dez por cento para compensarem as suas vidas cinzentas do ponto de vista amoroso.- A.M.G.

2 comentários:

NLivros disse...

Boas Victor.

Curioso, li esse livro nas férias e já escrevi inclusivamente uma opinião.

É um livro deveras estranho que se alicerça na experência pessoal de Bronte o que, na minha opinião, lhe dá um outro condimento. Porém e compreendendo o valor que o mesmo teve para a literatura universal, a meu ver, está longe de ser uma Grande Obra, um daqueles livros que fique como um dos favoritos.

Pessoalmente li e está lido. Não lhe volto a pegar.

Um abraço
Nuno

Victor Figueiredo disse...

Há quem diga que é uma autobiografia. Para quem viveu tão pouco tempo e tão pouco viajou e conheceu, não se podia esperar mais que um retrato da própria vida. É estranho como se consegue escrever romances que ficam para a história, a partir de vidas tão simples e parcas. O mesmo sucedeu com Jane Austen e com Orgulho e Preconceito.

Um abraço,

Victor